terça-feira, abril 11, 2017

Turismo Virtual – uma nova realidade

O turismo virtual refere-se a uma navegação de ambientes virtuais, de forma a explorar lugares sem ter de estar fisicamente presente no destino; o turismo virtual está ligado às tours virtuais, que utilizam modelos 3D, imagens panorâmicas 2D, sequências de imagens de vídeo e/ou modelos baseados em imagens da localização real e elementos de suporte multimédia, como efeitos sonoros, música, narração e texto. 
         No entanto, as tours virtuais não são um substituto do turismo real. Tours virtuais podem ser usadas para o planeamento da viagem, ajudando o turista a arquitetar o que vai fazer e os locais que pretende visitar. Incorporar as tours virtuais no processo de decisão pode ser uma grande vantagem: é uma ferramenta tecnológica de “tenta antes de comprar”, auxiliando o turista a ter o melhor aproveito da viajem. Estas também podem ser benéficas para pessoas incapacitadas de viajar, uma vez que podem explorar e experienciar tal como se estivessem no local. Outro uso das tours virtuais é para aceder a locais de acesso limitado, como por exemplo visitar locais com limitações de espaço. Além de que, com a realidade virtual (VR), pessoas comuns podem explorar zonas remotas e perigosas sem correr riscos. Nestas situações, os sítios só podem ser acedidos virtualmente, não havendo competição para as tours virtuais.
         Uma área onde a competição com o turismo real é inexistente são os mundos virtuais. Second Life, o mundo virtual 3D onde se pode conhecer outras pessoas, mostrou que é possível gerir visitas interativas de muitas pessoas num local inexistente. Empresas que possuem os direitos de mundos inexistentes, como o universo de Hogwarts, podem criar experiências interessantes para os fans; mas equipas criativas também podem desenvolver experiências interessantes, como a visita à Finlândia e Rovio Entertainment, onde as duas organizações se juntaram para uma inovadora iniciativa de marketing de destino.  
O turismo virtual é considerado um nicho, ou seja, atividade turística especial que não é partilhada pela maioria. Como as tecnologias têm um papel essencial na sociedade atual, uma vez que todos os esforços humanos estão dependentes destas, é surpreendente a ideia de que o turismo virtual constitui um nicho. No entanto, as tours virtuais ainda estão no seu princípio, e o processo tecnológico no turismo só começou a ser desenvolvido nos últimos anos.
Atualmente, o turismo virtal não gera impactes nos negócios, exceto como ferramenta promocional, mas à medida que as novas gerações se tornam mais confortáveis com a realidade virtual, novas opções vão ser exploradas, e podem trazer oportunidades de lucro. No Japão, a realidade virtual já está popularizada, sendo possível experienciar os mais variados cenários; tanto os jogos VR como pop stars virtuais estão a ganhar a sua fama.
A pergunta que deve ser feita não é se o turismo virtual e, por sua vez, a VR vão ser popularizados e passar de turismo de nicho para turismo de massa mas sim quando é que isso vai acontecer. 

Ana Martins
  
 (Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo”, de opção, leccionada a alunos de vários cursos de mestrado da EEG, a funcionar no 2º semestre do ano letivo 2016/2017)

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