sexta-feira, março 31, 2017

Francesinha para todos

Nos últimos anos, o turismo na cidade do Porto tem crescido a olhos vistos. Para confirmar isso, basta sairmos às ruas da invicta e olharmos a imensidão de turistas das mais diversas nacionalidades que por lá circulam e que se sentam confortavelmente nas esplanadas dos estabelecimentos. Recentemente, o Porto ganhou a votação para melhor destino europeu para o ano de 2017, o que certamente se refletirá em mais turistas a visitarem a cidade e que deverá obrigar à criação de mais ofertas e serviços. A invicta registará assim um maior desenvolvimento económico
         Um dos aspetos que colocavam a cidade do Porto na lista das cidades nomeadas para melhor destino europeu era a sua gastronomia. Numa cidade onde aumenta o turismo, aumenta também o setor da restauração, que cada vez mais tem enveredado por estabelecimentos em que a gastronomia portuguesa é recriada em versões gourmet e adaptada às necessidades e exigências dos clientes. Exemplo claro é a francesinha, prato típico portuense e muito consumida, que tem sido alvo de recriações e alterações, sendo o recheio tradicional com carne substituído por marisco ou até mesmo por tofu, direcionado para os vegetarianos, entre muitos outros tipos de recheio.
         Se para os apreciadores desta iguaria pode ser estanho o consumo de uma francesinha fora do tradicional, para a restauração representa uma inovação e alargamento do produto ao consumidor, bem como uma expetativa de aumento do lucro, principalmente para os estabelecimentos que fazem da francesinha a rainha do cardápio, ou até mesmo em festivais desta iguaria.  
  Se, por um lado, as alterações feitas à francesinha poderiam ser consideradas uma descaraterização do produto, por outro lado, poderiam igualmente ser vistas como uma forma de inclusão, uma vez que, independentemente da dieta alimentar adotada por determinada pessoa, esta poderá passar pela experiência gustativa, porque existe uma francesinha para todos.

Bebiana Raquel Freitas Pereira

Referências
BALEIRAS, Rui Nuno (Coord.) [2011], Casos de Desenvolvimento Regional, Princípia Editora, Cascais.

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional” do curso de Mestrado em Mestrado em Património Cultural, da ICS/UMinho]

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