segunda-feira, março 20, 2017

A contribuição do turismo para o desenvolvimento socioeconómico do Gerês

O Gerês, designação que utilizamos para a vila que se insere na freguesia Vilar da Veiga, do concelho de Terras de Bouro, é um exemplo de localidade que se tem desenvolvido cada vez mais pela influência do Turismo. Trata-se de uma vila que, segundo os dados apresentados no levantamento dos censos de 2011, apresentava um número total de residentes que dificilmente chegava às duas mil pessoas.
Aconteceu neste lugar o que acontece em muitos outros com as mesmas características: êxodo rural, envelhecimento da população e emigração. Como consequência do envelhecimento populacional, as atividades agrícolas e pastoris, que eram as principais áreas laborais da população da região, foram sendo deixadas ao abandono e dificilmente os jovens preferem revitalizar estas atividades em vez de encontrarem algo que lhes proporcione melhores condições de vida na cidade.
Mas o que é que traz vida ao Gerês? O turismo. O turismo é o principal contribuinte para o desenvolvimento socioeconómico não apenas da vila mas também de todas as freguesias que abrangem o Parque Nacional da Peneda-Gerês.
Este parque é uma das principais atrações do Gerês, , se não a principal, ocupando o primeiro lugar na categoria “Áreas Protegidas” no ranking das Maravilhas Naturais de Portugal, foi considerado pelo sítio da Trivago como o nono destino turístico mais valioso do mundo, e é ainda classificado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera.
Com o passar dos anos, a procura turística tem vindo a aumentar e, para tal, foi também necessário que este setor também apresentasse melhorias nas suas ofertas, tanto como diversidade, e que fosse acessível à maioria dos turistas. Tendo em conta tudo o que o Gerês tem a oferecer, e comparando com outros pontos turísticos com as mesma condições, trata-se de um destino de férias bastante em conta para todas as faixas etárias: possui um parque de campismo com acesso ao rio e às piscinas da vila, vários hotéis de qualidade, residenciais, casas de turismo de habitação e ainda muitas iniciativas privadas de aluguer de alojamento; possui praias fluviais, cascatas naturais e piscinas; atividades ao ar livre, desportos radicais; e detém ainda os tratamentos termais.
Outra das maiores atrações turísticas do Gerês são as suas termas, consideradas as melhores termas de Portugal, dada a variedade de oferta de tratamentos e finalidades, e também devido às suas condições de alojamento, que são frequentemente renovadas de modo a dar resposta às necessidades e exigências do turista.
Porém, à exceção dos maiores hotéis, a maioria das residenciais, cafés, restaurantes e pequenos estabelecimentos comerciais encontram-se fechados durante o período que é considerado época baixa, isto é, entre Outubro e Maio, e reabrem nos períodos de maior afluência turística. Como também as termas têm um período específico de funcionamento, durante os meses de inverno o Gerês era apenas povoado pelos residentes da vila que, como referi inicialmente, são muito poucos. Deste modo, não há uma razão que justifique a abertura diária destes estabelecimentos durante todo o ano.
Analisando estas potencialidades do Gerês e a sua exploração turística, considero que seja um bom exemplo de como ter sucesso usando as vantagens sustentáveis do território em proveito próprio e em proveito da comunidade.

Ana Rita Ferreira

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Património Cultural e Políticas de Desenvolvimento Regional” do curso de Mestrado em Mestrado em Património Cultural, da ICS/UMinho]

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