sexta-feira, março 27, 2015

DRd - Desenvolvimento Regional em debate: v. 5, n. 1 (2015)

«Caros leitores,

A revista DRd - Desenvolvimento Regional em debate acaba de publicar seu último número, disponível em http://www.periodicos.unc.br/index.php/drd.
Convidamos a navegar no sumário da revista para acessar os artigos e outros itens de seu interesse.

Agradecemos seu interesse e apoio contínuo em nosso trabalho,
Valdir Roque Dallabrida
Universidade do Contestado
Fone 47-91541468
Fax 47-36226696
valdirroqued897@gmail.com
Professor e pesquisador com atuação no Mestrado em Desenvolvimento Regional da UnC. 
Editor-chefe da Revista DRd.»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

segunda-feira, março 23, 2015

Recursos endógenos – mais que uma herança, uma oportunidade

O desenvolvimento e crescimento das comunidades humanas sempre se pautou pelo uso dos recursos dos territórios onde as mesmas se inseriam. A utilização dos vários bens que esses espaços proporcionavam levaram a que as comunidades se fixassem aproveitando estes recursos para a sua sobrevivência. Neste processo de uso do território, foram sendo criados hábitos, costumes característicos, indissociáveis da envolvente e que só assim faziam sentido devido a essa mesma condição, apesar de mais tarde se proceder a uma exploração mais intensa desses recursos pela comunidades humanas.
É neste sentido de apropriação humana dos recursos que os mesmos passam a ter um valor para além do objecto em si. Do simplesmente inerte, passam a deter uma valorização diversa – económica, cultural – que lhes confere significados diferentes. Os produtos são assim mais do que apenas um pedaço de rocha, madeira, fruto. São também uma composição matéria-homem. O bocado de pedra, quando esculpido de alguma forma pelo Homem, passa a um produto, no sentido em que existe uma modificação do objecto inerte original e, além desta sua característica intrínseca, é complementada com a arte stricto senso. Mas esta perspectiva do objecto humanizado, vai mais além do seu aspecto físico, prolongando-se para algo mais etéreo, como sendo todo o significado que pode ser atribuído a um qualquer objecto e/ou em que o mesmo se integra de alguma forma. Celebrações de carácter religioso, ou profano, são algumas destas heranças.
Além destas leituras sobre o conceito de recurso enquanto objecto e significado, é também aceitável reconhecê-lo como todo o “input da actividade económica de um território” (RIBEIRO e FREITAS SANTOS, 2006, p.8 ). Nesta perspectiva, os recursos tomam parte na dinâmica económica do território e bem assim passam a estar incluídos recursos, além dos materiais, humanos e culturais, como refere NATÁRIO et al. (2010) É nesta abrangência conceptual que os recursos endógenos são considerados no potencial económico do território. Para ultrapassar as dificuldades de desenvolvimento de territórios mais enfraquecidos, têm surgido propostas que apontam para o aproveitamento dos recursos existentes, tendo inclusivamente sido criado no âmbito de QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), o programa PROVERE (Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos). 
A envolvência dos vários stakeholders, a valorização dos recursos endógenos ou a elaboração de estratégias de médio longo prazo, são algumas das componentes que tendem a promover o desenvolvimento territorial. Neste processo de desenvolvimento, o turismo surge como uma componente determinante, pois promove e atrai fluxos de visitantes, potenciais consumidores dos recursos do território já que “se están creando nuevos productos que intentan dar respuesta a las inquietudes de unos viajeros cada vez más activos y con una mayor motivación. Y entre estos productos destaca todo lo relacionado con las costumbres locales, con la gastronomía de un determinado lugar…” (RODRIGUEZ et al. 2013 p.42).
É pois assim, por maioria de razão, que a aposta num desenvolvimento sustentável continue a ser estimulada pelo Estado, não só por razões económicas, mas também pela defesa e protecção de saberes ancestrais que fazem parte da cultura do País.

Nelson Labrujó

Bibliografia:
RIBEIRO, J e SANTOS, J., Produtos do território e desenvolvimento local [Em linha]. Local de edição: ISEG/UTL 2006 [Consult. Mar, 2015]. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/4754
NATÁRIO, M., BRAGA, A., REI, C. A valorização dos recursos endógenos no desenvolvimento dos territórios rurais [Em linha]. Local de edição: Universidade do Minho 2010 [Consult. Março 2015]. Disponivel em: http://pluris2010.civil.uminho.pt/Actas/PDF/Paper580.pdf
RODRIGUEZ, Aurea, LOPEZ-GUZMAN, Tomás, GARCIA, Juan. Análisis del enoturista en la Denominación de Origen del Jerez-Xérès-Sherry (España) [Em linha]. Local de edição: Tourism & Management Studies, 2013 [Consult. Mar 2015]. Disponivel em: http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-84582013000200006&lang=pt
Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, PROVERE, [Em linha]. [Consult. Mar. 2015]. Disponivel em: http://www.novonorte.qren.pt/fotos/editor2/import/ccr-norte.pt/novonorte/brochuraprovere.pdf

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

X Jornadas Internacionais "Grandes Problemáticas do Espaço Europeu"

«Caros colegas

Segue em anexo informação sobre as X Jornadas Internacionais "Grandes Problemáticas do Espaço Europeu", que decorrererão a 29 e 30 de Maio do corrente ano.

O evento está alicerçado em 4 temas:

1- Ambiente, Desenvolvimento e Sustentabilidade;

2- Paisagem, Património e Turismo;
3- Economia e Ordenamento do Território;
4- Sociedade e Cultura;
5- Inovação, Educação e Ensino. 

Podem aceder a informação mais completa em: 

Está aberto o call até 6 de Abril.
Um abraço.
Paula Remoaldo»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

sexta-feira, março 20, 2015

Óbidos - de um território defensivo a lugar criativo: desafios em termos turísticos

A criatividade é um conceito cuja popularidade tem-se associado a vários termos, tais como ‘creative cities’, ‘creative class’ e ‘creative clusters’ (Tan et al., 2013). Estes novos modelos de desenvolvimento assentes na indústria criativa têm influenciado as práticas em matéria de turismo. Com efeito, o turismo criativo identifica-se, atualmente, como um fenómeno que reage ao turismo cultural tradicional, cada vez mais massificado (Richards & Raimond, 2000). Em 2009, 40% das viagens realizadas a nível mundial enquadravam-se no segmento do turismo cultural (OECD, 2009).
O turismo criativo surge, assim, como uma alternativa para os consumidores que procuram novas experiências, mais interativas, que possibilitem o desenvolvimento pessoal e o aumento do capital criativo. À tradicional procura de património edificado, de museus e monumentos, os visitantes tentam adquirir conhecimentos, habilidades, tradições e qualidades indivisíveis dos locais que visitam.

O turismo criativo tornou-se num segmento estratégico em países como a Áustria, Canadá, Espanha ou Nova Zelândia. Em Portugal, não nos parece que exista um enfoque no turismo criativo, embora o último PENT, com horizonte 2013-2015, comece a diagnosticar as falhas e incertezas identificadas nas práticas deste segmento.
Neste contexto, Óbidos é um caso paradigmático da aposta em turismo criativo. Não é apenas identificado pelo seu património histórico, que se multiplica em souvenirs, como os postais, a ginja ou os bordados, a par de um conjunto de outros elementos caraterizadores do restante território nacional, dos quais são exemplos o galo de Barcelos ou a loiça de Caldas da Rainha, mas também na valorização de diversos recursos intangíveis, abrangentes da cultura, que valorizam as vertentes da experiência e da co-criação, designadamente no desenvolvimento de conteúdos ricos em multimédia e em narrativas. As comunidades virtuais e a presença nas redes sociais insere-se em estratégias de marketing, que se movem cada vez mais por certos valores, emoções, centrados na dimensão interpessoal que se querem transmitir. Neste cômputo, identificam-se, em Óbidos, eventos temáticos que têm ganhado visibilidade a nível nacional e internacional, tais como o ‘Festival Internacional de Chocolate de Óbidos’, ‘Óbidos Vila Natal’, ‘Festival de Ópera’, ‘Junho das Artes’ e o ‘Mercado Medieval’.
Este território é uma referência nacional da unicidade, pelas suas caraterísticas históricas, culturais, humanas, sociais e arquitetónicas, bem como pela sua localização. A ligação entre o património e a contemporaneidade e a localização num corredor rodoviário de ligação da Área Metropolitana de Porto à de Lisboa, nomeadamente através do nó de entrada/saída da A8, permitem-lhe afirmar a excecionalidade, que se repercute no sucesso das iniciativas que têm sido desenvolvidas no âmbito da criatividade. Apesar da localização a Norte de Lisboa, a modernização da linha do Oeste pode reforçar as suas potencialidades, tal como aconteceu com os suburbanos do Porto, que permitem, atualmente, ligar lugares distantes de Aveiro, Braga, Guimarães ou Póvoa de Varzim.
Apesar do município de Óbidos apresentar níveis de especialização e qualificação da população relativamente baixos (9,8% da população sem qualquer nível de ensino e taxa de analfabetismo de 7,2%) e baixa densidade da estrutura territorial (11 772 residentes e 3,2% da população da NUT III Oeste) (INE, 2012), parece, na nossa perspetiva, que soube desenvolver uma rede de massa crítica que ultrapassa várias escalas e que mitiga o efeito de descontinuidade espacial que carateriza todo o Oeste. Além disso, a imagem de Óbidos é fruto de uma construção de algumas décadas, que é criada durante o Estado Novo e que emana a portugalidade, que encontra a posição histórica na própria Reconquista Cristã.
Os turistas que visitam Óbidos pernoitam, em média, 2,9 noites e o município apresenta uma proporção de hóspedes estrangeiros de 59,2%, em 2013 (INE, 2014). Para isso, contribui o crescimento da oferta (capacidade de alojamento), que tem acompanhado a tendência da procura (nº de dormidas), que entre 2009 e 2013 se cifrou numa taxa de crescimento de 54,4% e 57,8%, respetivamente. Como é óbvio, existe uma correlação muito forte entre as duas variáveis (r2= 0,94*), para o período entre 2002 e 2013.
No entanto, a crescente procura turística incrementa o risco de Óbidos se tornar numa ‘imagem demasiado atraente’ (Kotler et al., 1993), pois é certo que se trata de um território com uma grande quantidade de visitantes, que se repercute em níveis de trânsito bastante elevados ao longo do ano.
Podemos concluir que a recolocação da procura turística em novos segmentos advém de públicos-alvo cada vez mais exigentes e da necessidade de garantir a sustentabilidade territorial. Arriscaríamos a dizer que é necessário que as linhas estratégicas em turismo se redefinam em novas áreas temáticas e territoriais, projetadas a médio e longo prazo, que incrementem a participação dos visitantes nas iniciativas locais.

Hélder Lopes

Bibliografia
INE, I.P. (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Centro. Instituto Nacional de Estatística: Lisboa.
INE, I.P. (2014). Estatísticas do Turismo 2013. Instituto Nacional de Estatística: Lisboa.
Kotler, P., Haider, D., & Rein, I. (1993). Marketing Places. Attracting Investment, Industry and Tourism to Cities, States and Nations. Free Press: New York.
OECD (2009). The Impact of Culture on Tourism. OECD: Paris.
Richards, G., & Raymond, C. (2000). Creative tourism. ATLAS News, 23, 16-20.
Tan, S., Kung, S., & Luh, D. (2013). A model of ‘creative experience’in creative tourism. Annals of Tourism Research, 41, 153-174.

(*) Nível de significância de 5%.

Nota: foto da Vila de Óbidos, tirada pelo autor, em 25.08.2014.

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

quarta-feira, março 04, 2015

"23rd Annual Colloquium Sustainable Rural Systems: Smart Answers for a Smiling Future"

«Caros colegas


Em nome da Comissão Organizadora venho por este meio informar-vos sobre o 23rd Annual Colloquium Sustainable Rural Systems: Smart Answers for a Smiling Future, no âmbito da International Geographical Union, a decorrer em Portugal entre 27 de Julho e 2 de Agosto do corrente ano.

As sessões temáticas são as seguintes:

  • Landscape Heritage and Sustainable Tourism;
  • Environment, Sustainability and Climate Change;
  • Innovative and Smart Answers to Horizon 2020;
  • Rural-Urban Interactions in a Changing Society;
  • Social Challenges for a Smiling Future.

Encontram mais informação em: 



Cumprimentos.
Paula Remoaldo»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)