quarta-feira, abril 30, 2014

"sOpA: Congreso Internacional sobre Educación y Socialización del Patrimonio en el Medio Rural"

CONVOCATORIA PARA ENTREGA DE PROPUESTAS AMPLIADA HASTA EL 5 DE JUNIO.

Te informamos que la segunda edición del sOpA: Congreso Internacional sobre Educación y Socialización del Patrimonio en el Medio Rural, se celebrará entre los días 22 y 27 del próximo mes de septiembre en la localidad ourensana de Celanova.
Educar en lo común, contactar, facilitar el acceso y la transmisión del patrimonio en el medio rural; trabajar en el sentimiento colectivo, con gente que quiere comprometerse con la comunidad, que quiere cambiar las formas de relacionarnos con nuestra cultura; y emancipar el conocimiento mediante la expansión de los saberes y la cocreación de contenidos y metodologías, son los objetivos prioritarios del sOpA.
En la primera edición, que tuvo lugar en septiembre del año pasado en la localidad de Malpartida de Cáceres, fueron más de 100 las  propuestas presentadas desde 10 países: España, Italia, Francia y Portugal, en Europa; México, Colombia, Argentina, Chile y Brasil, en América; y Azerbayán en Asia.
La edición de este año se ha estructurado en tres sesiones temáticas en las que deberá basarse la presentación de las distintas propuestas:
Por una parte, la teoría constructiva: semántica de la gestión social, bases teóricas y didácticas de la gestión comunitaria del patrimonio. En esta sesión se presentará, desde diferentes perspectivas, el marco teórico en el que trabaja la gestión social del patrimonio, entendida esta como proyectos “desde” la ciudadanía y “desde” o “hacia” el medio rural. Los ponentes con los que trabajaremos estos conceptos teóricos serán el investigador Antonio Lafuente, el historiador Ernest Cañada y la conservadora-restauradora Rosa Tera.
Por otra parte se desarrollará una segunda sesión sobre metodologías participativas: dinámicas metodológicas basadas en contenidos teóricos reales, es decir, el paso a la praxis. En esta sesión se presentarán diferentes metodologías aplicadas en la gestión cultural. Estos nuevos modelos de gestión colaborativa suponen un paso más dentro de la socialización del conocimiento cultural en código abierto y transversal. Para trabajar sobre estos contenidos metodológicos contaremos con el colectivo argentino Iconoclasistas, con la artista y relatora gráfica Carla Boserman y con el equipo de Paparoca, además de desarrollar intervenciones participativas en la calle sobre patrimonio junto a los vecinos de Celanova.
Y finalmente, por el compromiso del sOpA de involucrarse en los procesos sociales y culturales de los territorios en los que se celebre, se desarrollará una sesión especial para el debate y la exposición de proyectos realizados en Galicia. Esta sesión será coordinada por el arqueólogo Martíño Vázquez y contará con la participación de Panchi García Quiroga, gestor de innovación cultural e investigador social, y el arqueólogo José Señorán.
El plazo para la presentación de propuestas finalizará el día 5 de junio de 2014. Los formatos de participación son los mismos que en la edición del año pasado, y para esta ocasión, hemos incluido una sesión específica para la presentación de proyectos desarrollados en Galicia. En este sentido, las comunicaciones orales (tanto generales como para la sesión galega) serán el único formato obligatoriamente presencial. El resto, tanto las comunicaciones grabadas como los pósters,  podrán presentarse sin necesidad de asistir, con la consecuente reducción de la tasa de inscripción.
Si nos ayudas a difundir la convocatoria entre aquellos miembros de tu colectivo o institución, o entre aquellas personas que pudieran estar interesadas, te lo agradeceríamos enormemente.
Tienes más información en los siguientes enlaces:

Muchísimas gracias por tu tiempo.
Un saludo.
Congreso sOpA»

(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

terça-feira, abril 29, 2014

Impacto dos festivais de verão no turismo nacional

         Apesar da conjuntura económica, tem-se assistido, particularmente nos últimos anos, a um crescimento seja em número seja em diversidade dos festivais de verão em Portugal. É uma forma diferente de assistir a concertos de várias bandas e dança, teatro ou outas áreas criativas.
           Cada vez mais o público adere a este tipo de eventos culturais. Só no ano passado foram agendados mais de 100 festivais dos mais variados tipos. Este ano já está agendado o Rock in Rio, um dos maiores festivais de música a nível nacional, mas também fica marcado pelo regresso de Vilar de Mouros, um dos mais antigos.
            Existem vários tipos de festivais de música, desde os mais urbanos até aos localizados em regiões mais interiores, os dedicados apenas a um estilo musical e os mais generalistas. De entre os festivais mais conhecidos, a nível nacional, temos o Rock in Rio, o Optimus Alive, o Super Bock Super Rock, MEO Sudoeste, Paredes de Coura, Marés Vivas e, mais recentemente, Optimus Primavera Sound. Reparando bem, todos estes têm por trás uma grande marca patrocinadora. Para as marcas patrocinadoras é um negócio bem rentável apoiarem eventos culturais deste tipo, não só pela visibilidade mas também em termos financeiros.
            Tanto o Optimus Primavera Sound como o Optimus Alive têm muita visibilidade internacional e são muito frequentados por público estrangeiro, que vem à procura não só de boa música como também de bom tempo, boa comida e bons preços. Em termos de números, o festival Optimus Alive, em 2012, registou um record de 16 000 estrangeiros das mais diversas nacionalidades. Isto tem implicações no turismo das duas cidades, quer em Junho, quer em Julho, os hostels das cidades enchem-se de festivaleiros.
            Já os festivais mais afastados dos grandes centros urbanos apresentam um público diferente, que aproveita para gozar umas férias com os amigos. Temos o caso de Paredes de Coura ou mesmo do Sudoeste que, tendo uma localização privilegiada, perto de pequenas aldeias, trazem bastantes benefícios à população mas têm também impactos negativos a nível da poluição, aumento do preço dos bens, congestionamento e dificuldades em estacionar. Os benefícios que trazem a estas regiões são a nível económico, refletindo-se no comércio da região (compra de bens e serviços e na restauração local), aptar captar mais atenção e visibilidade para a região e, quem sabe, investimento.

Catarina Costa

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]

Os ´Clusters` e o Desenvolvimento Regional

A estratégia de desenvolvimento dos países, baseada em clusters, contou com a contribuição, nos anos 90, de Michael Porter, a partir da sua obra “The Competitive Advantage of Nations”.  O programa de Porter, desenvolvido com suporte em clusters, era muito inovador para a época e por isso foi aplicado em vários países, onde se inclui Portugal.
Descrevendo o conceito de clusters com base em Michael Porter, este é constituído por um conjunto de empresas e entidades interligadas em torno de um determinado sector da “industry” e com uma base regional consistente. Neste seguimento, quanto mais preenchida for a malha de unidades empresariais interligadas em torno dessa “industry” maior será a sua competitividade nos mercados globais.
Num estudo realizado em Portugal no âmbito do projecto Porter definiu-se um conjunto de clusters onde Portugal devia incrementar as suas vantagens competitivas. Essas indústrias vão desde o turismo, calçado, vestuário, mobiliário até às florestas. Apesar de se ter desenvolvido programas específicos de forma aprofundar uma malha inter-relacional para cada uma destas industrias e de ter todo o proveito do programa de Porter, os resultados foram modestos para a competitividade da economia portuguesa. Assim o modelo de Porter, criado em 1990, está ultrapassado, apesar das potencialidades dos clusters se manterem, no entanto, a outro nível
Tendo como exemplo Silicon Valley, na Califórnia, as indústrias que envolvem uma inter-relação que dão origem aos clusters têm um suporte tecnológico relevante. Ou seja, são fundamentalmente empresas das tecnologias de informação e comunicação. A princípio, esta será a base de consolidação dos clusters, baseado em empresas das áreas de informática e electrónica.
No entanto, na minha opinião, a formação de clusters poderá surgir de outras áreas. Para isso é necessário partir de uma base tecnológica com potencial, e, por isso, é fundamental inventariar onde se encontra a nossa real capacidade tecnológica actual e preparar programas específicos que nos permitam aprofundar todo este processo que nos leve a obter clusters fidedignos. Não é plausível que, por exemplo, assumamos um cluster do mar, quando neste momento não temos conhecimento tecnológico suficiente nesta matéria, como no passado.   
Nas últimas décadas, a expansão dos clusters de alta tecnologia em várias regiões mundiais tem sido responsável por ganhos de competitividade em diversos sectores de actividade económica e que, por isso, causou grandes transformações nas regiões em que se localizam, para além de desenvolverem as economias locais e darem um novo rumo ao desenvolvimento destas regiões.
Voltando a referir a experiência recente dos países mais desenvolvidos nesta matéria, esta mostra-nos que o “fortalecimento dos clusters de alta tecnologia baseados na interacção entre universidades, as incubadoras de empresas e um conjunto de agentes sociais (como agências governamentais, instituições financeiras, fornecedores, assistência técnica, entre outros) tem sido o caminho mais adequado para criar o ambiente apropriado para o seu florescimento” (Siqueira, 2003, pag.130). Assim, o desenvolvimento de clusters de alta tecnologia, por exemplo, nos Estados unidos, tem sido responsável por transformações na sociedade, muito proporcionadas pelos novos sectores com base tecnológica, ao ponto de serem considerados os principais responsáveis pelo longo ciclo de prosperidade económica verificado ao longo da década de 90, isto tendo em conta os ganhos expressivos de produtividade que proporcionaram em toda a economia (Siqueira ,2003).
                O sucesso deste modelo originou que vários estados Americanos “adoptassem as experiencia bem-sucedidas de clusters de alta tecnologia como referência para a definição de políticas públicas para a promoção do desenvolvimento económico, verificando-se, assim, um aumento expressivo de acções voltadas para o fortalecimento dos centros de ensino e pesquisa e a criação de incubadoras de empresas menos desenvolvidas do país e áreas deprimidas dos grandes centros urbanos” (Siqueira, 2003, pag:130). Em resultado disso, as cidades menos desenvolvidas iniciaram uma competição entre si, quer ao nível da tentativa de atrair novas empresas de alta tecnologia, quer ao nível da manutenção de jovens talentos que se encontram nas próprias cidades, representando, esta pessoas, o sucesso de projectos dentro de incubadoras, contribuindo de certa forma para uma união de valores para a comunidade.
                Neste seguimento, os clusters de alta tecnologia desempenharam um papel importante na recuperação de áreas deprimidas de grandes centros urbanos. O sucesso deste modelo de desenvolvimento tem contribuído para o aumento da qualidade de vida das cidades, se tivermos em conta que há uma amento das infra-estruturas disponíveis, muito proporcionado pelo apoio financeiro que posteriormente gera, mais acessos a bolsas de estudo por parte de universidades e incubadoras de empresas. Isto atendendo a que os centros de ensino e pesquisa de alta qualidade são essenciais para a realizar a capacitação e a formação de pessoal em áreas de domínio tecnológico de ponta.

Márcio Pires

Bibliografia/ sitografia
Siqueira T.,2003, Os Clusters de alta tecnologia e o Desenvolvimento Regional, revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 10, N.19, p. 129-198;
http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/luis_todo_bom/detalhe/estrategia_de_desenvolvimento_por_clusters.html

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

terça-feira, abril 22, 2014

O comércio eletrónico: fim da Geografia?

Já sabemos que os transportes, as vias de comunicação, as qualificações da mão-de-obra, a proximidade às matérias-primas ou preferência pela periferia dos centros urbanos são determinantes fundamentais na localização do tecido industrial. As empresas que prestam serviços têm as mesmas preocupações de localização das unidades produtivas industriais, que devido à natureza específica dos serviços procuram locais mais centrais, garantindo volumes mínimos de procura, de boas acessibilidades. Mas o que dizer do ascender do comércio eletrónico, alguns autores designando de “Nova Economia”? As regras do mundo real não são válidas nas iniciativas do mundo virtual.
Na esférica económica, a internet tem vindo a alterar as formas tradicionais de relacionamento entre os compradores e os vendedores, oferecendo-se novos modelos de compra, de venda e de fornecimento de serviços aos clientes. Tornou-se num instrumento revolucionário na forma como as empresas anunciam, negociam, administram e tratam os seus clientes, em suma, a internet tornou-se um mercado promissor. Segundo o Eurostat, o comércio eletrónico é entendido como “a transação de bens e serviços entre computadores mediados por redes informáticas, sendo que o pagamento ou entrega dos produtos transacionados não terá que ser, necessariamente, feito através dessas redes”. Ainda dentro do comércio eletrónico é possível subdividi-lo em seis tipos básicos, sendo o B2C (Business to Consumer) o tipo de comércio eletrónico aqui em destaque. Este distingue-se pelo estabelecimento de relações comerciais eletrónicas entre a empresa e o consumidor final que se tem desenvolvido bastante devido ao advento da web, existindo já várias lojas virtuais e centros comerciais na internet que comercializam todo o tipo de bens de consumo.
Para além das várias empresas que já disponibilizam os seus produtos em sites de venda, são também vários os casos de pessoas a criar o seu próprio negócio que, quer por opção ou falta de capital para investir num estabelecimento físico, optam cada vez mais por uma loja virtual devido à simplicidade do processo, à fácil e barata gestão comparando a uma loja física, e ao próprio conforto de poder trabalhar em casa. Para agilizar o processo operacional principal (como o cliente será atendido até à entrega do produto ou serviço) o lojista pode ainda criar parcerias com os fornecedores, e nestes casos, o dono da loja realiza todo o processo de divulgação, atendimento e venda e assim que a venda for realizada comunica o fornecedor que faz o facturamento e o envio da mercadoria diretamente para o cliente.
Com esta possibilidade de se realizar pesquisas de preços, compras, fazer serviços de banco ou burocráticos sem ter que sair de casa a qualquer hora do dia, nasceu uma nova tendência no comportamento da sociedade em valorizar coisas práticas, cômodas e que não envolvam muito do seu tempo, o que explica o crescimento e a consolidação deste setor. Mesmo em Portugal, segundo o Barómetro Trimestral do Comércio Eletrónico em Portugal relativo ao segundo trimestre de 2013, 71% dos sites afirmou ter aumentado o volume de vendas no em comparação com o período homólogo e 65% dos sites afirmou ter registado um aumento do número de clientes.
Mas, e para não aqui tomar nenhum lado, não “há bela sem senão” e o comércio eletrónico também apresenta desvantagens: é fortemente dependente das tecnologias da informação e da comunicação (TIC); há uma perda de privacidade dos utilizadores, de identidade cultural e económica das regiões e dos países; não permite a experimentação dos produtos antes da compra e ainda pode ser considerado inseguro. Estes dois últimos são os principais motivos de várias pessoas ainda se mostrarem céticas.
Estamos perante uma nova infraestrutura no comércio - um ambiente de computadores em rede de empresas e famílias – uma nova forma de participação dos indivíduos no processo de trabalho e uma modificação dos limites físicos do local, isto é, esta rede tem esse diferencial que rompe os limites do ambiente físico. Ao contrário de um escritório ou uma loja que tem um horário de funcionamento, a loja virtual está acessível 24 horas por dia, 365 dias por ano, deixando o mercado de ser local para ser visto por milhões de pessoas em todo o mundo. O espaço deixou assim de ser uma barreira, daí ter sido muito badalado o “fim da geografia” a partir do século XXI.
Apesar de não existirem soluções mágicas para reverter a crise económica instalada, o comércio precisa de se adaptar às novas exigências dos consumidores. A qualidade do atendimento, a excelência dos produtos, um espaço comercial renovado e uma aposta na promoção e no marketing, são alguns passos para se conquistar clientes. Como afirmou Lavoisier, “no mundo nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, porém podemos acrescentar que as transformações são cada vez mais rápidas. O espaço está reconfigurado, não tem o mesmo nível de tratamento nas análises económicas e existe cada vez menos a perceção da distância, das diferenças políticas, culturais ou sociais. Mas, mesmo com o desenvolvimento das tecnologias comunicacionais, com o aumento do uso do computador e o aperfeiçoamento das redes de comunicação, a proximidade geográfica ainda é de suma importância para determinadas atividades, depreendendo-se que a inovação das tecnologias de comunicação e a necessidade do contato direto, na verdade, se completam.

Valérie Rodrigues

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

segunda-feira, abril 21, 2014

Ordenamento do território voltado para a economia

O Ordenamento do Território é descrito como sendo, na maior parte dos casos, uma vontade de corrigir os desequilíbrios de um espaço nacional ou regional. Tal propósito pressupõe, por um lado, uma percepção e uma concepção conjuntural do espaço geográfico e, por outro, uma análise prospectiva do mesmo. Esta ideia estabelece uma premissa que deve ser, devidamente, considerada, o entendimento prévio do espaço a ordenar (Baud et al, 1999). 
Inúmeros autores assinalam como principal finalidade do Ordenamento do Território a correcção dos efeitos que as diversas actividades humanas originam no espaço geográfico. Alguns deles reforçam esse entendimento ao declarar que este deve prestar uma atenção especial ao seu principal objecto, o “espaço”. Seguindo esta ordem de ideias, a sua génese corresponde, portanto, e na maior parte dos casos, a uma simples intenção de correcção dos diferentes “desequilíbrios espaciais”. Poderá depreender-se, assim, que o espaço é entendido como estando numa posição de fraqueza, porém, tal interprtação não é unânime.
Partidário (1999), a citar Costa Lobo, confere ao conceito de Ordenamento de Território uma postura racionalista quanto à exploração dos seus inúmeros e variados recursos naturais, consagrando particular atenção à distribuição das classes de uso do solo. Adianta, ainda, que o universo de estudos gerados com a sua aplicação será o verdadeiro protagonista na fundamentação das diferentes estratégias de desenvolvimento espacial a estabelecer. 
Efetivamente, o que privilegiamos é a área urbana ou espaço urbano, sendo ele o território que pretendemos compreender, ou seja, de que forma é que atuam os órgãos de gestão local e como vão evoluindo, quais os instrumentos de gestão territorial à escala municipal, e perceber qual a importância da sustentabilidade urbana, que depende essencialmente da aplicação de modelos de organização urbana.
 “A partir do momento em que se considera a cidade como um sistema, isto é, não como um encontro ao acaso entre diferentes elementos, mas como uma estrutura coerente e dinâmica, pode ter-se a ambição de reproduzir o modelo, isto é, de fazer cidade” (GARNIER, 1997: p. 489). 
Podemos dizer que o ordenamento do território e o desenvolvimento socioeconómico são conceitos que sempre acompanharam o estudo das áreas urbanas em Geografia, sendo por isso importante valorizar o conceito de ordenamento do território, uma vez que ele é aplicado no espaço e sem dúvida que consegue promover o desenvolvimento económico e social e, posteriormente, tornar o território mais homogéneo. 
“A Geografia, através da sua capacidade para compreender a integração que se produz no território e prefigurar um conhecimento que permita concretizar estratégias territoriais sustentáveis, é uma das ciências que tem contribuído para a reflexão e a definição de experiências e instrumentos para melhorar a qualidade do território” (Carvalho, 2009: p.24).
No contexto atual em que estamos inseridos e as novas formas de governar, têm sido enfatizados critérios importantes como o de sustentabilidade das áreas urbanas e de coesão social e, posteriormente, passou a existir a necessidade de uma visão integrada e transversal das diferentes políticas setoriais que atuam sobre o mesmo território. Contudo, sabemos que atualmente existem cada vez mais fatores, sejam eles de índole social ou económica, que vão condicionar a melhoria sustentável da qualidade de vida da população. 
Mas note-se que hoje em dia as autarquias locais têm uma postura muito interventiva, tendo como principal objetivo perceber quais as suas necessidades e prioridades, para colmatar as desigualdades sociais no seu território. Por outro lado, é importante saber como estes organismos aplicam e gerem as iniciativas comunitárias, os fundos estruturais e como se comportam de forma a promover o desenvolvimento do espaço urbano, sem esquecer o conceito de desenvolvimento sustentável. 
As áreas urbanas são palcos de desenvolvimento territorial, de uma economia mais moderna e posteriormente têm influência na transformação da sociedade, em que a União Europeia tem um papel preponderante e fundamental com as suas políticas territoriais, uma vez que consegue uma abordagem eficaz através de novos agentes e formas de intervir no espaço, procurando conduzir uma ação integrada sobre os territórios. 
O Ordenamento do Território é considerado também como uma ferramenta nuclear da política de desenvolvimento sustentável, pois antevê um excelente laboratório de análise, onde se pode questionar os modelos de desenvolvimento e refletir sobre os mecanismos de envolvimento e participação ativa dos cidadãos.
Neste contexto, o Município da Póvoa de Lanhoso é um espaço urbano privilegiado, pois nos últimos anos foi-se assistindo ao desenvolvimento do seu território, sendo favorecido pelos instrumentos de gestão territorial adequados ao espaço, mas também pelo uso dos fundos provenientes da União Europeia. Os novos equipamentos, melhores serviços e acessibilidades, a procura de um crescimento potencial demográfico e económico, a enunciação de politicas de dinamização de ações coletivas visando a competitividade do município. Esses esforços por parte dos órgãos de soberania da Câmara Municipal, do município em questão, são essenciais para tornar o território mais equilibrado e coeso.

Elisabete Araújo

Bibliografia/ Sitografia 
file:///C:/Users/Elisabete%20Ara%C3%BAjo/Downloads/Tese%20Tania%20Alves.pdf
http://www.igeo.pt/instituto/cegig/got/17_Planning/Files/indicadores/conceito_ot.pdf
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/454/15/16341_2_2_0_OT_Esc_Nac_final.pdf

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho) 

sexta-feira, abril 18, 2014

São Gonçalo de Amarante e o turismo nosso de cada dia (à luz de uma regra de três simples)


Pintura a Fresco - S. Gonçalo de Amarante

As expressões da linguagem matemática são muitas vezes usadas na linguagem corrente para exemplificar e simplificar a compreensão dos problemas do dia-a-dia, existindo por vezes pequenas diferenças entre o modo como são interpretadas num contexto matemático e o significado que lhes damos num contexto corrente.
Nesse sentido, este artigo procura estabelecer o paralelo entre a simplicidade de um processo matemático – a regra de três simples – e o entendimento político do Turismo Religioso, dando como exemplo prático o caso de São Gonçalo de Amarante.
A regra de três simples é um processo que resolve problemas que envolvem quatro valores dos quais conhecemos três deles e, como o próprio nome indica, é simples.
Assim, o que se quer ver resolvido, o “x da questão”, é o entendimento que tanto a Religião como a Política fazem do Turismo quando a fé se mete ao meio. A melhor “fórmula” será então aquela que resulta do “produto” da Religião com a Política e onde o “denominador comum” é o Turismo.
Se por um lado a Religião se serve do Turismo como instrumento de evangelização, a Política serve-se deste como instrumento de desenvolvimento económico, social e cultural, de acordo com os atractivos do território e os valores culturais do seu povo, que o identificam, de uma forma que deverá ser sustentável.
Até há bem pouco tempo havia algum preconceito e indiferença em relação a este tipo de turismo e confundia-se peregrinação com turismo religioso. Se o primeiro tem uma motivação exclusivamente religiosa, o segundo, para além desta, tem outras motivações normais de um turista, como o descanso, o lazer, a cultura, a gastronomia, entre outras. A consequência desta abordagem era uma negação da nossa identidade cultural e da nossa história, fortemente marcada pela religião.
Prova da mudança deste entendimento, ao nível político, é a que consta na revisão do Plano Estratégico Nacional de Turismo, para 2013-2015, onde o Turismo Religioso aparece como produto estratégico ao ser individualizado e destacado no produto “Circuitos Turísticos”.
Por outro lado, no comunicado final, da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, de 8 a 11 de abril de 2013, também encontramos referências ao turismo religioso, salientando a importância que este tipo de turismo tem hoje, não só a nível económico, mas sobretudo como meio de evangelização.
Amarante, terra do Norte de Portugal, localiza-se numa encruzilhada entre o Douro Litoral, região à qual pertence administrativamente, Trás-os-Montes e Alto Douro, cujas afinidades provêm da dureza da Serra do Marão, e a região do Minho, de onde vêm as tradições e os costumes mais alegres.
É a partir de São Gonçalo, no Séc. XIII, que Amarante adquire importância e visibilidade. Desenvolve-se, tornando-se alvo de peregrinações e aumenta a população.
Conhecer este símbolo é compreender o desenvolvimento de Amarante, é saber um pouco da história da Igreja Católica em Portugal, profundamente marcada pela ordem dominicana, pelas atitudes e virtudes da época e pelas relações culturais que ultrapassaram fronteiras.
É ainda conhecer parte da história da imigração portuguesa no Brasil e a aculturação de um povo, que, por via da “saudade” dos imigrantes amarantinos, se deixou entranhar do culto a São Gonçalo, sendo ainda hoje o símbolo religioso português de maior referência no Brasil.
Como símbolo que mais identifica Amarante aos olhos do mundo, ele manifesta-se principalmente no património construído – o Mosteiro de São Gonçalo e a ponte velha sobre o rio Tâmega – o cartão postal da cidade.
Quanto ao património imaterial, este manifesta-se nas festividades e no culto a São Gonçalo. Enquanto o culto se mantém genuíno e autêntico, já as festividades populares perderam essa autenticidade, tornando-se iguais a tantas outras espalhadas pelo país.
Com tanto material e valores por explorar, pode ser que a política local e a comunidade (da artística à religiosa) apanhe a boleia da política nacional e quebre com o preconceito do turismo religioso, dando-lhe a importância estratégica merecida para esta terra.
São Gonçalo é de uma importância fulcral no desenvolvimento de Amarante.
Foi-o ontem e assim poderia ser hoje. Simples como a regra!

Mariana Sá

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]

quarta-feira, abril 16, 2014

O Enoturismo em Portugal, uma nova forma de fazer turismo

O objetivo principal do Enoturismo é a promoção do conhecimento das etapas do processo produtivo do vinho, seus sabores, aromas e características tão apreciadas pelo nosso povo. Não se pode considerar o Enoturismo como apenas uma visita a caves de vinho, e a sua prova no final. Tem muito mais que se lhe diga, existe toda uma interligação entre o local que se está a visitar, com a sua história, as suas atividades, riqueza natural, e o visitante. É enfatizada a necessidade de experimentar, provar e viver toda uma “encenação” que envolve a degustação de um vinho. 
Existe uma relação direta entre as motivações e as experiências que os visitantes vivem quando se deslocam a uma Quinta ou Solar. O Enoturista é convidado a vivenciar a cultura e a tradição do local onde se encontra. Este é contextualizado na importância histórica da atividade da região, é-lhe dado a conhecer não só o vinho mas também a gastronomia local, os pratos regionais característicos da região, que aliados ao vinho local, podem proporcionar uma experiência inesquecível. É-lhe ensinado a escolher o correto vinho que deve acompanhar determinadas iguarias. Se lhe for permitido, e visitar a região na altura certa do ano, pode ser convidado a participar em atividades únicas do local, tais como as vindimas, e a pisa das uvas com os locais, conviver com eles e ouvir as suas histórias, tão ricas e interessantes, que fazem parte da identidade da região. 
Poucas experiências poderão ser tão revigorantes como acordar pela manhã com uma vista para uma imensa vinha, harmonizada com a paisagem, acordar com aquele aroma a uvas frescas e ouvir a Natureza. Estas regiões são extremamente relaxantes, perfeitas para se afastar do rebuliço da cidade, são autênticos “spas-enólogos”. 
Existe uma interligação apaixonante entre a paisagem e as herdades transformadas em Pousadas ou Hotéis de Charme, que abrangem o conceito de “Wine House Hotel”, onde a aposta pela exclusividade e atendimento diferenciado são fortes. Estas Pousadas mantêm uma estrutura familiar e com poucos quartos, com a intenção de poder proporcionar aos seus hóspedes tranquilidade e o melhor atendimento. Estes locais têm a possibilidade de oferecer ao visitante uma visita à sua cave de envelhecimento, onde este se pode dirigir e escolher o que vai beber à refeição. É certamente uma oferta que poucos hotéis de cinco estrelas podem oferecer aos seus hóspedes. 
É este conjunto de características, juntamente com a vontade de aprender os aspetos ecológicos da elaboração do vinho, e os próprios benefícios deste para a saúde que motivam os visitantes a experimentar esta, chamemos-lhe recente, modalidade de turismo nas nossas regiões vitivinícolas. São estes pormenores que distinguem o Enoturismo do Turismo dito tradicional. 
O atual turista é extremamente curioso, e não tem problemas de se deslocar para viver novas experiências. Por outro lado. esta procura das zonas vinícolas para passar alguns dias é extremamente beneficiadora para a região, para o seu comércio e gastronomia. O crescimento do Enoturismo pode ter um impacto positivo na economia local, incentivando o aumento as vendas no comércio da região, restauração e, consequentemente, criar uma situação de aumento do emprego, beneficiando a região e os seus habitantes. 
Esta é também uma forma de abrir os horizontes para novos mercados, uma vez que existe uma grande possibilidade dos visitantes procurarem nas suas residências as marcas que provaram na sua visita. E não há melhor publicidade que um visitante feliz e satisfeito.

Vitor Alexandre de Abreu Pacheco

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]

terça-feira, abril 15, 2014

“As Assimetrias Regionais em Portugal: análise da convergência versus divergência ao nível dos municípios”

«Resumo

Há muito que a literatura empírica sublinha a realidade socioeconómica assimétrica que Portugal apresenta, contrastando sobretudo litoral e interior, mas também “Norte” e “Sul”. A presente comunicação analisa a evolução das assimetrias ao nível dos municípios do país. Na análise da convergência a que se procedeu usou-se como proxy do nível de bem-estar ou de desenvolvimento dos municípios o Indicador per capita de Poder de Compra (IpcPC) no período 1995-2009. A técnica de análise utilizada foi do tipo seccional, recorrendo ao método de estimação dos mínimos quadrados ordinários. Testa-se quer a convergência sigma (σ), que se manifesta através na diminuição da dispersão do rendimento entre as diferentes regiões ao longo do tempo, quer a convergência beta (β), em que se avalia a existência de uma correlação negativa entre o ritmo de crescimento de uma região e o seu estado de desenvolvimento inicial. Os resultados alcançados sugerem que: i) persistem divergências de desenvolvimento acentuadas entre os vários municípios portugueses; ii) no período em análise, se verificou convergência, quer absoluta, quer condicionada, entre os municípios; iii) é na convergência condicionada que se obtêm os resultados mais robustos.

Palavras-chave:

desequilíbrios regionais; convergência σ; convergência β; municípios portugueses»

José Ferreira Silva, J. Cadima Ribeiro


sexta-feira, abril 11, 2014

"Does Gender Affect Visiting a World Heritage Site?"

«ABSTRACT 
The city of Guimarães in Portugal is a place of strong symbolic and cultural significance, and the nomination of its historical center as a World Heritage Site in 2001 enhanced its tourism potential. This study presents the results of a survey conducted in 2010 and 2011 to capture the profile and motivations of tourists visiting Guimarães as a cultural tourism destination. The study addressed two main issues: whether males and females have similar or different preferences in choosing the city as their destination, and whether there are gender differences in the perception of the attributes of Guimarães. A better understanding of the gendered nature of the destination is a valuable cue for shaping products and services according to visitors’ preferences. The results suggest that both men and women are aware of the main elements responsible for the city's World Heritage status. That the destination is a Heritage Site that also offers the opportunity to tour the region has a significant positive effect on male tourists’ choice of Guimarães. Regarding the perceived attributes of the city, results indicate minor gender differences with one exception: Women expressed more apprehension than men regarding the perceived security of the destination.»

Paula Cristina RemoaldoLaurentina VareiroJ. Cadima Ribeiro & J. Freitas Santos

Visitor StudiesVolume 17, Issue 1, 2014, pages 89-106.

quarta-feira, abril 09, 2014

IV Congresso Casa Nobre: apelo a comunicações

 IV Congresso Casa Nobre - renovando o apelo à submissão de comunicações e à participação no evento:

domingo, abril 06, 2014

Call for papers - XL RER de la AECR: Los sistemas de financiación y el papel de las regiones y los municipios en la recuperación económica

«Call for papers

Is open the call for papers of the XL edition of the Spanish Regional Studies Meting which is being organized in Asturias under the auspices of the Spanish Regional Science Association and will take place in Zaragoza the 20st-21nd November, 2014.
The theme of this edition of the conference is Financing and the role of the regions and towns in the economic recovery.
On behalf of the Aragonese Regional Science Association, we invite you to participate in the XL Conference of Regional Studies, which will be held in Zaragoza the 20th-21st November 2014. As previous editions, we intend to create a discussion forum on Regional Science, between academics and professionals on different disciplines: economic, geography, maths, econometrics, sociology etc. With the debate and discussion we intend to help in the economic making decision process at municipal, regional, national or international level. With respect to this last issue, note that our meeting is open to researches from several countries, within and outside the European Union. This is also the identity of the 7th Seminar Jean Paelinck, that will be held simultaneously in Zaragoza, and whose sessions are open to all participants in the XL Conference of Regional Studies.
The lemma of the XL Conference of Regional Studies is the following: “FINANCING AND THE ROLE OF REGIONS AND TOWNS IN ECONOMIC RECOVERY”. In the present economic context, it is necessary to work on the design of those measures that contribute to overcome the huge economic crisis we are facing to. In this sense, the correct distribution of economic resources at municipal or regional level is a key tool to get it.
The organizing committee is composed by members of the University of Zaragoza and members of the research groups of Quantitative Economic Analysis (GAEC) and Public Economy, both from the University of Zaragoza.
The Scientific Committee is responsible for selecting the contents of the conference. It is presided by Prof. José Villaverde Castro and comprises academics from external universities and institutions. This Committee is responsible for guaranteeing the quality of the presented papers as well as the correct organization of the debates, round tables, etc.
The languages of the XL Conference of Regional Studies are Spanish and English, and the conference will be held in November, 20th-21st. The Conference Sites are the Faculty of Economic and Enterprise  and “Paraninfo” of the University of Zaragoza
From these lines, we want to encourage participating in the XL Conference of Regional Studies to those professional interested in Regional Science. As previously said, we think that diverse perspectives will improve the present state of arts in Regional Science and increase efficiency in the development of national economic growth policies, in general, and policies aimed at the recovery from the present economic crisis, in particular.
On behalf of the Aragonese Regional Science Association, the Organizing Committee and the Scientific Committee, we would like to give special thanks to all the sponsors of this event. We would also like express our wish that this edition of the conference – which, like its predecessors, will prove to be a valuable forum from academic and professional perspectives and in terms of its social impact. Moreover, this forum will offer us the opportunity to discuss the main issues in regional science in the presence of old and new colleagues.
Conxita Rodríguez i Izquierdo
Secretaria AECR
ATENCIÓN NUEVA DIRECCIÓN:
C/ Viladomat, 321 entresuelo  - 08029 Barcelona»

(reprodução parcial de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada) 

quarta-feira, abril 02, 2014

2nd Call for Papers | 20th APDR Congress

«2nd Call for Papers


 
It is our pleasure to announce the 20th APDR Congress, to be held at the University of Évora, Portugal, from July 10 to July 11, 2014. 
 
Theme of the Conference:
Renaissance of the Regions of Southern Europe
 
The 20th APDR Congress has the main theme of Renaissance of the Regions of Southern Europe. In the recent years, the southern Europe countries experienced, particularly aggravated, the economic crisis that affected much of the western world. This crisis has thus helped to exacerbate the existing inequalities between the North and South of Europe. After several decades away from levels of development and economic growth recorded elsewhere and the considerable efforts in terms of regional development policies, the southern regions of Europe need to find your way. Thus, this Congress will seek to answer the following questions: What conditions are necessary for the economic revival of southern Europe? What is wrong in regional development policies pursued so far? How can countries of southern Europe to improve their levels of development? The boundary between Europe and the Mediterranean is a threat or an opportunity? How can Southern Europe take advantage of the connection to the South Atlantic?
 
Provisional Program is attached.
 
The 2nd call for papers is open and your participation is very welcome!
 
Deadline for Abstracts submissions: April 24th , 2014Abstracts should be submitted electronically, using the platform available on the Conference website: https://events.digitalpapers.org/apdr2014/
 
All information at the congress website: http://www.apdr.pt/congresso/2014/
 
Looking forward to meeting you in Évora!
 
Maria Conceição Rego
Chair of the Local Organizing Committee»

(reprodução do corpo principal de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio eletrónico, proveniente da entidade identificada)

terça-feira, abril 01, 2014

O Turismo Náutico em Portugal

Segundo o PENT (2006), são os países do Mediterrâneo que detêm, no conjunto, a maior quota do mercado de náutica de recreio na Europa e reúnem as melhores condições (infraestruturas, equipamentos e serviços turísticos) para competir neste mercado.
Em Portugal o Turismo Náutico ainda tem pouca expressão. Existem infraestruturas náuticas ao longo da costa portuguesa, porém estas concentram-se basicamente no Algarve, Lisboa e Açores. As infraestruturas existentes não conseguem dar resposta a uma crescente procura de clientes, a uma exigência de qualidade quer a nível dos serviços, quer a nível do conforto que é procurado. Também é uma prioridade o aproximar as distâncias entre algumas marinas/portos de recreio, para paragem pontual, permanência e/ou abastecimento.
Também é necessário o aumento da oferta a nível de infraestruturas hoteleiras, nas proximidades das localidades para a prática de turismo náutico, principalmente no que se refere a práticas desportivas: windsurf, surf, vela, etc. Do mesmo modo, verifica-se uma limitada oferta de hotéis acolhedores e de luxo nos locais de prática de desportos náuticos. Esta situação prejudica consideravelmente a valorização que o turista dá ao destino, já que tal supõe realizar esforços de deslocação, transporte, perdas de tempo, etc., criando consequentemente a deterioração da imagem do destino em termos internacionais.
Portugal apesar de reunir capacidade competitiva, apresenta carências a nível da oferta de turismo náutico através de estratégias inovadoras que cumpram as exigências do mercado atual. Essa estratégia pode passar por apostar em novos segmentos de clientes (população jovem com nível académico superior; pessoas que viajam sozinhas…), como também apostar em produtos que são alvo de interesse (pesca desportiva, vela…). Apostar na potencialidade do produto turismo náutico de forma individual e não como um complemento a outros produtos, nomeadamente «Sol e Mar».
Existem vários locais que podem ser aproveitados para várias atividades náuticas, por isso é urgente fazer um levantamento desses planos de água. Portugal é rico em recursos naturais para a prática de atividades náuticas: linha extensa de costa, rios navegáveis, barragens, clima favorável, condições naturais ao longo de todo o ano para diferentes atividades e uma localização privilegiada (cruzamento das rotas do Atlântico e do Mediterrânio) o que atrai muitas pessoas a visitar o país.
Um exemplo da pouca adequação turística é o facto da maioria de nas marinas ao longo da costa as embarcações serem de propriedade privada, dispondo de pouca oferta para embarcações em trânsito. Para além de que, normalmente, são marinas de «passagem» e não de estadia, devido à ausência de serviços complementares.
Ainda no que respeita à prática de desportos náuticos (surf, windsurf, mergulho, vela, etc.), e apesar de Portugal ser um país em que é possível realizar este tipo de atividades durante todo o ano, ainda não dispõe de produtos estruturados para o aproveitamento turístico. Por exemplo, a escassez de escolas e associações dedicadas à prática destes desportos que estruturam cursos e atividades especificas destinadas aos turistas.
Atualmente, Portugal carece de uma oferta atrativa para o mercado de turismo náutico, tanto na oferta de charter, como na oferta de desportos náuticos em geral. Outra questão, tem a ver com as poucas empresas marítimo-turísticas a atuar no mercado do turismo. Sendo a sua maioria concentrada na região sul (Algarve), a norte praticamente estas empresas são inexistentes, e há condições para desenvolver projetos de investimento neste sector em Esposende, Viana do Castelo, Vila Praia de Âncora, entre outras localidades. Esta situação está relacionada com o excesso burocrático que impende as empresas interessadas de investir no sector. Portanto, é necessário e importante repensar esta questão da burocracia. 
Deste modo, em primeiro lugar, é de aproveitar todas as vantagens competitivas que Portugal apresenta para desenvolver este produto turístico de elevado potencial no nosso país. Nesse sentido, será uma boa oportunidade para os investidores e empresários apostarem em atividades náuticas.

Ana Rita Castelbranco

[artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Economia do Turismo” do curso de Mestrado em Economia Social, da EEG/UMinho]