quarta-feira, janeiro 26, 2011

Obama vai receber visita de Hu

Os Estados Unidos preparam-se par receber a visita do presidente da China, Hu Jintao, na próxima semana.
O Presidente Barak Obama tem uma agenda carregada com as profundas diferenças no plano económico, temas geopolíticos pendentes e outros sobre os direitos humanos.
O Presidente Hu já fez comentários sobre a politica da Reserva Federal (o banco central americano). Considera que a politica monetária dos Estados Unidos tem grande um impacto cambial e no fluxo de capital, pelo que a liquidez do dólar americano deveria ser mantido a um nível estável e razoável. .Além disso, já anunciou publicamente que o dólar tem os seus dias contados como moeda de reserva.
Entretanto já estão em curso os preparativos para flexibilizar a cotação do yuan. O facto de que o yuan encontra-se desvalorizado em cerca de 40 porcento, não o impede de esperar que os americanos o recebam de braços abertos, e que o ministro das finanças, Geitner, acabe de vez com a hostilidade. Segundo Ben Bernanke, presidente da Reserva Federal, a politica chinesa de desvalorizar a sua moeda, o yuan, é prejudicial aos Estados Unidos, mas também à própria China. Até a secretária de Estado norte americana, Hillary Clinton, afirmou precisar de ajuda do Presidente Hu para dissuadir a Coreia do Norte de prosseguir com os seus planos de guerra santa.
As expectativas são muitas, o certo é que, o mundo passará momentos em extâse, dois grandes líderes políticos que se encontram, face to face, e nós presenciaremos uma vez mais, a encenação de uma versão mais moderna da peça, hegemonia do poder. Pelos ecos que já se escutam, desta vez a vitória parece tender para o lado do desafiante, pois que Hu chega montado num autêntico cavalo de Tróia, um crescimento incomparável.
Em 2010 , a economia chinesa cresceu à taxa de 10,3, e no ano anterior a taxa de crescimento foi de 9,26%. O sector que mais tem-se beneficiado, é o sector de exportação e nos últimos anos os investimentos domésticos tem progredido.
Alguns economistas são de opinião que, essa taxa de crescimento a dois dígitos ainda vai perdurar por muitos anos. A estimativa é que se os fluxos migratórios do campo para a cidade abrangerem cerca de100 milhões de chineses por ano, isso vai aliviar a pressão para aumentar os salários.
É curioso como a maioria dos países asiáticos adoptaram quase todos o mesmo caminho em busca do crescimento. Tal como o Japão e a Coreia, a China também começou por produzir todo o tipo de imitação de produtos do ocidente. Com uma tecnologia rudimentar e muito barata e depois o salto para uma tecnologia mais sofisticada, com um produto mais inovador e diversificado. Hoje está praticamente concorrendo com a primeira potência.
As empresas chinesas já competem com qualquer empresa de tecnologia avançada. A China publicou cerca de 120.000 artigos científicos este ano, ocupando a 2ª posição, logo a seguir aos Estados Unidos, com 350.000 publicações. A revista World Invest Report 2010 considera a Chin, neste momento, é um dos melhores centros de investigação e desenvolvimento do mundo
Os chineses estão a fazer tudo ao seu alcance para crescer e desenvolver-se, através de uma compreensão crescente e ênfase na investigação e tecnologia. Ainda por alguns anos os Estados Unidos continuarão a ser o maior do mundo em gastos com a R&D, distribuindo cerca de 405,3 bilhões de dólares no próximo ano.
Em viagem recente à Índia, o ministro das finanças, Geitner, elogiou o país pelo seu dinamismo, associado ao crescimento sustentado por meio da demanda doméstica, juntamente com uma flexibilidade cambial significativo. Disse ainda que, a China deveria permitir que a sua moeda sofra valorização mais rápida, para permitir a redução do seu superávit comercial e reduzir as pressões de fluxo de capital, que estão causando a apreciação dos mercados emergentes com controles mais rígidos.
As opiniões sobre a China são diversas mas a verdade é que já se tornou a terceira economia do mundo e a continuar nesse ritmo pode mesmo vir a disputar o primeiro lugar em pouco tempo.
O IDH reconhecei-a como o país que mais avançou nos últimos anos, pois tirou quase meio bilhão de pessoas da pobreza.
A América do Norte e a Europa vão ter que renunciar ao seu domínio histórico e adaptarem-se à essa nova ordem mundial.

Alcinda Fortes Ribeiro Silva

[Artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular “Desenvolvimento e Competitividade do Território” do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas da EEG/UMinho]

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