segunda-feira, janeiro 25, 2010

Importância das Energias Renováveis no Desenvolvimento e Aumento da Competitividade Local e Regional

Faz parte dos objectivos do governo a aposta na produção e utilização das Energias Renováveis para promover a independência energética do país e diminuir os gastos em importação de petróleo.
Esta é e será uma das grandes apostas do governo, pois as vantagens são enúmeras. Diminuição dos efeitos no ambiente, diminuição da dependência do petróleo e do gás natural, diminuição da energia eléctrica convencional pela via essencialmente do consumo de energia eólica e solar. Segundo um estudo apresentado pela Deloitte e pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), espera-se que o contributo dado pelas energias renováveis para a economia portuguesa duplique até 2015 (prevê-se que a contribuição deste sector aumente dos 1,3% face ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2008, para 2,4% em 2015). Espera-se também, um especial contributo no sector do emprego. A este nível, dos 2.400 postos de trabalho directos de 2008, o sector das energias renováveis deverá passar para 4.800 empregos, em 2012, e 5.800 postos de trabalho, em 2015, sendo que, em termos de emprego total, passaremos de 36.100 para 60.800 em 2015 (inclui os postos de trabalho gerados indirectamente).
Em termos regionais e municipais, qual a importância da energias renováveis no seu desenvolvimento e aumento de competitividade?
Por um lado temos que, as várias regiões do país, dadas as suas características específicas, têm diferentes fontes de energias renováveis. Então, se a energias renováveis são geralmente consumidas no local onde são geradas, isto é, são fontes de energia autóctones, desta forma será possível, à partida, diminuir a dependência dos fornecimentos externos, aumentar a competitividade das empresas locais e contribuir ainda para o equilíbrio interterritorial e para a criação de postos de trabalho em zonas mais deficitárias (estima-se que as energias renováveis são responsáveis pela criação de cinco vezes mais postos de trabalho do que as convencionais). Sabemos pois, que regiões mais deficitárias em termos de emprego, são detentoras de excelentes recursos naturais fonte de energias renováveis (exemplo Bragança, Braga, Viseu).
Por outro lado, no Portal das Energias Renováveis (PER), faz-se referência a enúmeras empresas que nasceram e criaram muitos postos de trabalho directos e muitos mais postos de trabalho indirectos e que são exemplo de sucesso. Refere que há muito mercado para explorar (as diferentes regiões ainda estão a 50% da sua capacidade exploratória), no entanto assiste-se ao fecho de imensas empresas, a despedimento de pessoal, entre outros, quando há encomendas neste sector cujo mercado não consegue dar resposta.
É urgente que se pense gobalmente mas que se actue localmente. Para tal é de extrema importância a formulação e implementação de políticas públicas de âmbito regional e local neste sector, para que se assista ao concretizar dos benefícios esperados para as regiões e municípios.
Este mercado é importante demais para ficarmos à mercê do exterior. Devemos aproveitar ao máximo a potencialidade natural que o país nos dá, e aproveitando os incentivos que o governo concede, e bem, a meu ver, o país deve apostar na inovação e tecnologia associados à industria de componentes e equipamentos da área das energias renováveis, para dar resposta a este sector, e aí sim, contribuir para um concreto crescimento e desenvolvimento económico, aumento de emprego e melhoria das condições de vida das populações.
Temos que ter a capacidade de liderar convenientemente todo o processo, criando políticas de desenvolvimento regional pensadas para este sector (na optica do investimento em tecnologia e inovação, e envolvimento dos agentes locais) para não ficarmos dependentes do exterior em nenhum momento do mesmo e aproveitar a criação de postos de trabalho e riqueza que daí advêm, que resultará na fixação de pessoas e contribuirá para o desenvolvimento local e regional.

Fernanda Pinto
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular Desenvolvimento e Competitividade do Território, do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

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