quarta-feira, agosto 26, 2009

Dos antecedentes do conceito estratégico de Quadrilátero Urbano do Baixo Minho (II)

“Plano Estratégico de Desenvolvimento do Vale do Cávado”, Associação de Municípios do Vale do Cávado, Braga, Abril de 1996 (Cadima Ribeiro, J. et al.):

Objectivo ii) Reforço da malha urbana dop sistema sub-regional
Medida 3 – Articulação territorial e rede urbana

«Se se excluírem a insuficiência a nível de qualificação dos recursos humanos e a assimetria de povoamento no Vale do Cávado, que parece constituir o problema mais incontornável de todos os que foram equacionados, a rede urbana é decerto um dos subsectores mais complexos em análise.
Como se afirmou oportunamente, a heterogeneidade e os desequilíbrios da rede urbana decorrem no essencial:
- da dificuldade de delimitar os aglomerados, resultante da urbanização difusa;
- do profundo contraste entre o litoral e o interior;
- do papel prevalecente de Braga – constituindo-se como um aglomerado francamente aglutinador no contexto do Vale do Cávado mas subdimensionado relativamente à escala internacional/nacional ou mesmo regional.
Esta realidade revela a pertinência de questionar a existência formal de uma rede urbana no Vale do Cávado. Por outro lado, a necessidade imperativa de se equacionar um conjunto de acções no âmbito da linha de desenvolvimento estratégico proposta coloca o decisor perante um aparente dilema prévio:
i) ou se conforma com a delimitação clássica de um agrupamento de municípios estruturado em função de uma bacia hidrográfica, no qual a grande condicionante que sobressai é a desarticulação do território aos seus diversos níveis (socioeconómico e político), perfilhando a estratégia de potenciar a coesão interna do vale maximizando os seus denominadores comuns, valorizando , em suma, a identificação global do Vale do Cávado de molde a adquirir coerência num futuro sistema su-regional;
ii) ou envereda por uma estratégia de “transgressão” face ao território referenciado no caderno de encargos, considerando, para o efeito, outras escalas de análise e outros dinamismos que extravasam “fronteiras” propostas, admitindo escalas em que a rede urbana se torna legível e onde se atenuam os limites naturais, potenciando uma estratágia concertada doas três principais núcleos urbanos dos Vales do Cávado e Ave (Baixo Minho) – Barcelos-Braga-Guimarães.»

[Numa altura em que tanto se fala do “Quadrilátero Urbano” do Baixo Minho como elemento de estratégia para o desenvolvimento do território em causa, e do Minho, de um modo geral, talvez faça sentido recuperar algumas coisas que se discutiram e escreveram há já bastantes anos. Essa memória parece fazer mais sentido quando se sabe haver por aí uns quantos, consultores e agentes políticos, que julgam ter inventado a roda.
J. Cadima Ribeiro]

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