quinta-feira, janeiro 29, 2009

Competitividade territorial e desenvolvimento regional

As políticas públicas sempre podem contribuir para que os territórios potenciem os seus recursos. Podem mesmo ajudá-los a partilhar respostas para os desafios comuns, a obter novas visões, obter valores acrescentados, com actividades conjuntas a explorar, complementaridades e sinergias novas a serem canalizadas e ao mesmo tempo, ser capazes de ultrapassar as divisões administrativas das linhas fronteiriças.
Muitos dos problemas enfrentados pelos territórios são transversais, quer dizer que as soluções efectivas requerem uma abordagem bem delineada, uma cooperação integrada com todos os actores envolvidos e uma definição bem clara de todos os níveis de autoridade envolvidos no processo.
Nessa ordem de ideias, o conceito de coesão territorial torna-se de tal forma abrangente que a eficácia económica, a coesão social e o equilíbrio ecológico adquirem o mesmo grau de importância fazendo do binómio, desenvolvimento sustentável, a palavra-chave na elaboração de políticas comuns.
É óbvio que hoje em dia interligar territórios revela-se tarefa mais complicada do que fazer uma mera ligação de transportes intermodal. A criação de mecanismos adequados para revelar os recursos e competência de cada região irá proporcionar instrumentos bem necessários, para reforçar o empenho dos diferentes intervenientes em torno do objectivo final, que é a melhoria colectiva do bem-estar económico, social e ecológico.
Parte-se da ideia-base que hoje em dia, um território mais que simples base física para as relações entre indivíduos e empresas, possui também um tecido social, uma organização complexa, feita por laços, que vão muito além de seus atributos naturais, dos custos de transportes e comunicações. Assim, um território mais parece uma teia-de-aranha de relações, com raízes históricas, configurações políticas e identidades, que desempenham um papel ainda pouco conhecido no próprio desenvolvimento económico.
Dos estudos feitos no passado, um dos programas mais influentes em relação à dimensão territorial do desenvolvimento, teve o seu berço em Itália. No final dos anos setenta, economistas italianos discutiam já a noção de distritos industriais, noção essa elaborada pelo economista britânico, Alfred Marshal, aplicada à competitividade das empresas e os seus processos de inovação, à luz de conceitos como redes, meios inovadores e efeitos de proximidade.
Nos últimos anos a ciência económica tem prestado bastante atenção aos aspectos temporais e sectoriais de desenvolvimento, mas é ainda recente o interesse pela sua dimensão espacial. Paul Krugman, numa série de artigos publicados em 1995 concluiu que a análise espacial está quase ausente no mainstream do pensamento económico.

Alcinda Ribeiro Silva
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Conferência “Cooperação Transfronteiriça de Segunda Geração”

«Exmos. Srs. e Sras.
Vimos por este meio divulgar o seguinte evento externo (não é da organização da APDR):

Conferência “Cooperação Transfronteiriça de Segunda Geração”, que decorrerá nos próximos dias 4 e 5 de Fevereiro, na cidade de Guimarães.

Organizada pelo Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional e o Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, a Conferência de Guimarães tem como objectivo abrir o processo de reflexão e o debate sobre a denominada Cooperação Transfronteiriça de Segunda Geração, a qual envolve, designadamente, mecanismos de partilha de equipamentos colectivos e infra-estruturas que reforcem a coesão social e melhorem a qualidade de vida das populações raianas, numa lógica de colaboração de proximidade.
Será dado a conhecer o estudo que analisa a trajectória da cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal e o seu impacto no desenvolvimento regional nos territórios de fronteira. A Conferência versará sobre a “o Futuro da Política de Cooperação Transfronteiriça”, o “Balanço da Cooperação Transfronteiriça”,o “impacto dos Programas de Cooperação Luso – Espanhola”, os “Exemplos de Boas Prácticas Financiadas por INTERREG”. As conclusões da conferência serão apresentadas à Comissão Europeia.

Inscrições e mais informação nas páginas electrónicas:
http://www.eixoatlantico.com/congreso_guimaraes.php
http://www.eixoatlantico.com/noticias.php?idcon=not20090123110825

Atentamente,
Rita Azevedo
*****************************************************
Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional
Universidade dos Açores
Terra Chã
9701-851 ANGRA DO HEROÍSMO
telf.: 295 332 001 / fax: 295 402 205
e-mail: apdr@mail.telepac.pt
web: http://www.apdr.pt/»
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(reprodução integral de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico, com a proveniência que se identifica)

terça-feira, janeiro 27, 2009

American Association of Wine Economists (AAWE)

«Dear wine friends,
the latest issue of the Journal of Wine Economics (Vol. 3, No. 2) will be released tomorrow (see also www.wine-economics.org/journal).
The lead article is by Robert T. Hodgson, who analyzes the reliability of wine judges at a major California Wine Fair. “Each panel of four expert judges received a flight of 30 wines imbedded with triplicate samples poured from the same bottle. Between 65 and 70 judges were tested each year. About 10 percent of the judges were able to replicate their score within a single medal group…. ” That is, 90% of the judges were not able to replicate their wine assessment within one medal group. In fact, 80% of the judges scored the same wine ranging from Gold to no medal. The full article can be accessed free of charge at (Full Text (PDF). Wines & Vines just published this background article
http://www.winesandvines.com/template.cfm?section=news&content=61752
Below you will find the content of the current issue. Members have online access to all papers. If you want to renew your membership or want to join the American Association of Wine Economists (AAWE) go to http://www.wine-economics.org/membership/
Also, don’t forget our Annual Meeting in Reims (Champagne, France) from June 18-20. The Call for Papers expires on March 1.

Karl Storchmann»
(reprodução parcial de mensagem de correio electrónico recebida nesta data, com a proveniência que se identifica)

sábado, janeiro 24, 2009

European Cluster Observatory – um olhar para o caso português

O European Cluster Observatory, criado para divulgar dados, dinâmicas e políticas relativas a clusters na Europa, disponibiliza no seu website (http://www.clusterobservatory.eu/), desde 2007, informação regional, relativa a 38 categorias de clusters, com base em 259 regiões, predominantemente NUTS2, cobrindo todos os países da União Europeia e ainda a Islândia, Noruega, Suíça e Turquia. A dinâmica dos clusters foi avaliada através de várias dimensões, nomeadamente tamanho, grau de especialização e peso regional, tendo por base os níveis de emprego de cada região. Como é óbvio este factor conduz a uma sobrevalorização dos clusters intensivos em trabalho por contrapartida da subvalorização dos clusters intensivos em capital, sendo que, apesar de ser desejável que futuramente se melhore a informação a este nível, este trabalho constitui desde já uma excelente ferramenta de análise e comparação. Olhando para o caso português, através desta metodologia, encontram-se 39 clusters, 12 dos quais no Norte, 10 no Centro, 7 em Lisboa, 6 no Alentejo e 4 no Algarve, correspondendo a 23 categorias diferentes, isto é, cobrindo 60% do total de categorias definidas. Tendo por referência o grau de especialização, Portugal aparece nos dez primeiros lugares em 11 categorias, nomeadamente Vestuário (Norte, 1º), Acabamentos de Construção (Centro, 3º), Serviços Especializados (Lisboa, 3º), Materiais de Construção (Centro, 3º; Alentejo, 10º), Construção (Algarve, 1º; Centro, 2º; Alentejo, 3º; Norte, 4º; Lisboa, 7º), Distribuição (Lisboa, 2º; Centro, 8º; Norte, 9º), Pesca (Algarve, 5º), Calçado (Norte, 2º), Turismo (Algarve, 3º), Iluminação/Equipamento Eléctrico (Alentejo, 5º), e Têxteis (Norte, 10º). Estes resultados revelam desde logo o importante peso para todo país, nomeadamente em termos de emprego, dos sectores ligados à construção, e ainda, numa escala inferior, do sector de distribuição. Paralelamente, podemos confirmar através destes resultados a existência de significativa e diferenciada especialização regional, nomeadamente na região Norte (Vestuário, Calçado e Têxtil), Centro (Acabamentos de Construção), Lisboa (Serviços Especializados) e Algarve (Pesca e Turismo). Todos estes clusters, com excepção dos respeitantes ao Algarve, têm uma classificação de três estrelas, o que significa que atingem a nota máxima nas três dimensões avaliadas, ou seja, tamanho, grau de especialização e peso regional. Os dados fazem ainda referência à capacidade exportadora (quando aplicável) e ao grau de inovação de cada cluster. E se no caso das exportações o panorama é globalmente positivo, nomeadamente em relação aos clusters mais significativos (em especial em relação à região Norte), em termos de inovação o panorama é desolador. De facto dos 39 clusters identificados, nenhum é avaliado com o nível elevado em termos de inovação, e apenas 7 (18%), todos na região de Lisboa, são avaliados com o nível médio, sendo todos os outros avaliados com o nível baixo. Significa isto que, apesar de uma significativa estrutura regional especializada, falta uma componente fundamental para uma afirmação mais concreta dos clusters portugueses, a capacidade de inovar. Conforme definido no diamante de Porter (1990), a criação de um ambiente favorável à inovação é um aspecto fundamental no desenvolvimento e competitividade de um cluster, pelo que é absolutamente necessário criar condições para que a inovação surja de forma sustentada nos clusters portugueses, nomeadamente tornando a produção mais intensiva em capital, investindo mais em I&D, trabalhando e cooperando de forma mais próxima com as instituições de investigação e ensino superior, e estimulando o empreendedorismo e o capital de risco ao serviço de potenciais novos produtos e serviços.
Artur Miguel Nogueira Arantes Boaventura da Silva
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

sexta-feira, janeiro 23, 2009

A Emer(Ur)gência da Política Regional

O objectivo da política regional é tão só e apenas combater as disparidades regionais, promovendo o desenvolvimento regional.
No seu estudo Konstantinos[1] retrata as últimas décadas europeias em que têm proliferado estudos sobre convergência regional na U.E.. e em que factores como as sucessivas ampliações da comunidade europeia, o estabelecimento de fundos estruturais, mercado único, união económica e monetária são apresentadas por este autor como tornando a U.E. um espaço impar para comprovar as teorias de crescimento económico e avaliar o impacto das políticas regionais.
Mas Portugal ainda se encontra a meio deste projecto de desenvolvimento regional, de reformulação das suas políticas. No relatório de estudo territorial da OCDE para Portugal[2] (2008) vemos que “as disparidades regionais têm sido encaradas, desde há muito, como uma dicotomia vertical entre um litoral urbano denso e dinâmico e um interior rural desertificado e em declínio”. Neste relatório é analisado “até que ponto a política regional pode ajudar a converter um amplo roteiro para a competitividade numa rede eficaz de crescimento em Portugal.”
Apresentando Portugal como um país com vantagens de localização e com um forte potencial para aumentar a sua produtividade e se especializar em actividades orientadas para o desenvolvimento sustentável, mas que quando comparado com outros países da OCDE “ostenta o terceiro nível mais alto de disparidades regionais em termos de taxas de desemprego” diz que este necessita de mudanças estruturais nesta área. Grande parte dessas medidas passariam pela orientação da redistribuição do rendimento para estratégias de competitividade, investindo materialmente em infra-estruturas físicas para possibilitar depois um investimento imaterial na inovação, “gerando um contexto geral favorável de bens públicos; de subsídios directos para mecanismos de incentivo; da concepção de políticas centralizada; e do topo para a base para abordagens e parcerias contratuais.”
É assim lançado um desafio às regiões menos desenvolvidas e ao poder político de explorar a criatividade local, de explorar as características de cada região transformando-as em fontes de desenvolvimento.
Tal como diz o estudo territorial da OCDE para Portugal “a política regional ajudará a dar um forte estímulo à economia e a libertar a criatividade local. O território português deverá deixar de ser palco de uma colisão acidental de políticas sectoriais e tornar-se um campo propício ao lançamento de uma estratégia integrada para o crescimento e a melhoria colectiva.”
Portugal necessita de uma aposta forte em políticas regionais que permitam dissipar a heterogeneidade regional do país e torná-lo numa força conjunta e unida em que em todas as regiões vêm os seus potenciais aproveitados e em que não nos apoiamos em uma ou duas regiões de destaque como sendo catapultadoras do desenvolvimento nacional, pois esse não é o conceito de um desenvolvimento sustentado.
Teresa Mota
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[1] Konstantinos A. Melachroinos (2003); Working Paper “Regional convergence in the European Union facts, prospects and policies”; in Investigaciones Regionales, primavera, número 002; Associación Española de Ciencia Regional; p.199-200
[2] Estudos Territoriais da OCDE: Portugal (2008); Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional
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(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

quinta-feira, janeiro 22, 2009

3º Workshop: “Turismo e Sustentabilidade”

«Exmo. Sr. ou Sr.ª:
A Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional, vem pelo presente divulgar o seu 3º Workshop sob o tema: “Turismo e Sustentabilidade” (http://www.apdr.pt/evento_3/), que terá lugar a 27 de Abril de 2009, em Ponta Delgada, São Miguel – Açores. Salienta-se que a Visita de Estudo está prevista para o dia 26 de Abril de 2009 (Domingo).
Datas importantes:
- 30 de Janeiro de 2009 - Envio de Resumos;
- 17 de Fevereiro de 2009 - Aceitação das Comunicações ou Posters;
- 31 de Março de 2009 - Recepção final das Comunicações;
- 27 de Abril de 2009 - Workshop "Turismo e Sustentabilidade".

Os resumos devem ser remetidos a Adelaide Costa adelaidecosta@uac.pt (Tel: 963 979 747), indicando no assunto “Turismo e Sustentabilidade – Resumo”, de preferência em documento Word, com a indicação dos autores e respectivos contactos de e-mail. Saliento que os resumos devem ser remetidos com conhecimento aos co-autores.

Inscrições:
Para efectuar a sua inscrição deverá enviar e-mail para adelaidecosta@uac.pt indicando no assunto "Turismo e Sustentabilidade - Inscrição"e no corpo da mensagem: o nome, instituição, profissão, número de contribuinte, morada pessoal e telemóvel. Deverá ainda mencionar os dados para emissão do recibo da inscrição: nome, instituição, morada e número de contribuinte.
- Estudantes: 10 €;
- Normal: 50 €;
- Visita de Estudo: 50 €.
O pagamento da inscrição deverá ser efectuado aquando da recepção da documentação, no dia do workshop.

Com os melhores cumprimentos

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Adelaide da Conceição Feliciano Costa
Universidade dos Açores / Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional
Tel: (+351) 296 650 084 Telem: (+351) 963 979 747
E-mail: adelaidecosta@uac.pt
webmail: http://www.uac.pt/ / http://www.apdr.pt/»
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(reprodução de mensagem que me caiu na caixa de correio electrónico entretanto, com a proveniência que se identifica)

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Extremadura Espanhola – Uma visão simples e lúcida do futuro, aqui ao lado

A Extremadura, embora seja uma das regiões ao abrigo das NUTS III, decidiu implementar um novo rumo estratégico de desenvolvimento sustentável.
A comunidade da Extremadura definiu que a partir de agora todos os projectos de investimento devem privilegiar actividades de investigação nas áreas tecnológicas, em detrimento do investimento em grandes obras públicas. Esta mudança de paradigma e idiossincrasia é extremamente arrojada e significa uma aposta de longo prazo, permitindo uma criação de emprego qualificado, gerando benefícios para a comunidade.
Ao todo, a Extremadura irá beneficiar dum investimento de 2 500 milhões de euros através do Fundo de Coesão, Feder e Fundo Social Europeu, que se traduzirá num apoio às empresas, à inovação tecnológica que tanto se fala hoje em dia, na defesa e protecção do meio ambiente e na rentabilidade energética, uma commodity bem preciosa no presente e para o futuro.
Um exemplo bem real, é a construção das linhas de comboio de alta velocidade, que prontamente estarão concluídas, com saídas do Ave de Madrid para Ourense e Corunha a noroeste e a sudoeste para Badajoz, interligando com o novo aeroporto low cost, permitem uma redução muito significativa em termos Co2, em função de uma diminuição do tráfego quer rodoviário e aéreo. A construção do lado português, como sempre carece de rapidez, de estudos de impacto ambiental e viabilidade.
Paralelamente, a Comunidade da Extremadura vai apostando na criação de infra-estruturas essenciais, como boas escolas, centros de pesquisa e investigação universitários, hospitais e centros de cultura, onde uma pessoa bebe literalmente história arte e cultura.
Sendo no presente uma região autónoma onde o PIB per capita é inferior a 75 % da média da União Europeia, eu acredito que num futuro bem próximo a situação será exactamente ao contrário. A aposta em I&D vai aumentar a competitividade, gerando uma maior participação do sector privado, uma maior rentabilidade do sistema regional científico, investindo na qualificação dos recursos humanos.
A estratégia é simples e concisa e está a dar os seus frutos, sendo que até nos sectores económicos tradicionais se verifica um aumento na inversão em I&D.
Por exemplo, à saída duma cidade média na Extremadura, como é o caso de Badajoz vemos os tais Polígonos Industriais, que são verdadeiros clusters de desenvolvimento regional vocacionados para o mercado internacional, não sendo descuradas as ajudas às pequenas e médias empresas; tudo é devidamente ponderado. O interesse e objectivo está em manter este crescimento e expandi-lo, levando ao aparecimento de novas empresas. Esta estratégia passa inegavelmente por um abandono gradual do sector agrícola em prol da actividade industrial, contribuindo desta forma para uma maior criação de riqueza. Para além disto, a Extremadura tem como pilar preservar a biodiversidade no seu território, melhorando as infra-estruturas hidráulicas, fomentando o uso de energias renováveis como a energia solar ou eólica prevenindo riscos, controlando os efeitos da contaminação, preservando o património natural com a criação de reservas e áreas protegidas, garantindo um uso sustentável dos recursos naturais e abastecendo em quantidades suficientes com água potável as áreas urbanas, as empresas e áreas agrícolas. Em termos de planeamento da comunidade existem boas e rápidas vias de comunicação, livres de portagens, o que permitiu incrementar o investimento na ligação com as outras comunidades. Para finalizar, um tema de igual importância foi a aposta no turismo, um sector de peso exponencial no PIB espanhol, bem como nas suas comunidades. A Extremadura possui um património cultural, artístico e natural fantástico e está empenhada que assim continue com a criação de novos empreendimentos para fazer face à procura, revitalizando e recuperando ao mesmo tempo património monumental. Esta estratégia veio dar um estímulo necessário à Comunidade, juntamente com a vontade própria que já existia, contribuindo deste modo para o sucesso duma visão.

Bibliografia
:
- diario el país
- http://www.ec.europa.eu/

Filipe Miguel C. Pereira Antunes
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

O Desenvolvimento Difuso Transfronteiriço entre Portugal e Espanha

Em 2007, foi aprovado pela comissão europeia um programa de cooperação territorial europeia, onde está previsto uma cooperação transnacional entre Portugal e Espanha no período entre 2007 e 2013.Este programa inserido nas NUTS III, engloba Portugal, Espanha e outras 16 regiões. O financiamento comunitário é feito através do FEDER, e representa cerca de 265 milhões de euros, num total de 355milhões de euros. O problema surge, quando verifico que Portugal em 20 anos de União Europeia, não soube, na maioria dos casos, coordenar e aplicar os fundos em projectos de investimento sustentáveis com benefícios reais para a economia portuguesa, concretamente nas regiões de fronteira. As regiões NUTS III representam, aproximadamente, 24% da Península Ibérica, 10.6% da população total, 9.6% de emprego, sendo que o PIB dessas zonas representa 7.5% do PIB da Península Ibérica. Verifica-se, segundo dados da União Europeia que, Espanha foi o país que melhor soube aproveitar os fundos comunitários ao longo de 20 anos, contrastando com Portugal onde no interior se tem vindo a verificar um desinvestimento gradual nas infra-estruturas e vias de comunicação básicas; falta de pólos industriais, criação de clusters, ausência de incentivos fiscais e políticos; inexistência de criação de emprego, desertificação do interior, desaparecimento de certas actividades económicas tradicionais, falta de planeamento do ordenamento do território adequado, falta de centro médicos avançados e centros de cultura e recriação. Em termos genéricos podemos dizer que os conteúdos do programa são totalmente reais, mas na prática verificamos que existe uma diferença abissal de mentalidade entre e Portugal e Espanha, sendo que Espanha sabe criar e desenvolver dum modo mais agressivo e competitivo uma autonomia própria, quer dentro do seu País quer face as regiões de fronteira com Portugal. Veja se por exemplo, um caso paradigmático na fronteira com Espanha: a recente construção quer em Cuidad Real, quer em Badajoz de dois aeroportos low cost, ligados a vias de comunicação rápidas, faltando apenas a conclusão para o terminal do comboio Ave, no caso de Badajoz. Em Portugal assistiu se a construção inacabada dum aeroporto em Beja, mas aonde falta tudo, desde vias de comunicação e infra estruturas, à criação de rotas áreas comerciais. Portugal devia ter dado ouvidos ao ex-Presidente da Telefónica, o Senhor Villalonga, que com a sua visão de futuro, já dizia que Beja poderia ser uma Las Vegas da Península Ibérica, se tudo tivesse sido pensado, planeado e efectuado a tempo. Portugal através deste programa, tem a sua última oportunidade para tentar criar um plano de desenvolvimento e ordenamento do território que beneficie as populações das regiões fronteiriças, possibilitando que as mesmas possam competir e interagir com as regiões espanholas e não sirvam apenas de escoamento para os produtos e espanhóis, bem como para ir as compras ao fim de semana a Espanha. Portugal deve entrelaçar vínculos, promovendo iniciativas locais empresariais, apostando na inovação e desenvolvimento tecnológico através da criação de centros de investigação, bem como desenvolver os seus recursos naturais e produtos regionais transfronteiriços. Um exemplo real, é a preciosa indústria do mármore no Alentejo, que poderia e deveria sustentar uma indústria transformadora que gerasse emprego qualificado. Mas também devo referir aspectos positivos ao longo destes anos, nomadamente a cooperação em determinadas áreas cruciais nos dias de hoje como sejam a defesa da tutela do meio ambiente e a aposta nas energias renováveis, como forma de não dependência e isolamento, para além da existência de certos programas preventivos de modo a evitar catástrofes. Do meu ponto de vista, Portugal encontra-se muito limitado em termos de logística e infra-estruturas, pese embora tenha evoluído significativamente na última década, não havendo ligações do tipo intermodal como por exemplo uma rede de transportes públicos transfronteiriços capazes de atenuar distâncias e desigualdades prementes. Tudo isto tem gerado uma deficiente competitividade regional face a Espanha.

Bibliografia:
- http://www.ec.europa.eu/
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Filipe Miguel C. Pereira Antunes
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

Perspectiva futura para a cidade de Braga e competitividade do seu território

Nos últimos anos a região do Minho têm apresentado acréscimos da população residente, o que lhe permite manter-se como uma das regiões populosas de Portugal.
Numa perspectiva demográfica, a região do Minho acompanha a tendência nacional de envelhecimento da população, pese embora ter conseguido manter-se como uma das regiões menos envelhecidas do país. Exemplo disso é a cidade de Braga, que manteve um forte crescimento nestes últimos 15 anos (aumento de 17% do nível populacional, tendo actualmente cerca de 175.500 habitantes).
Sendo o centro da grande área metropolitana do minho com 823.850 habitantes. Possui uma população bastante jovem, pese embora com um nível de escolaridade bastante baixo (60% da população têm menos do que o 9º ano de escolaridade).
Braga é uma cidade dinâmica, com uma grande actividade económica nas áreas do comércio e serviços, ensino e investigação (estando o seu polo central na Universidade do Minho), construção civil (exemplo disso é a forte expansão que a cidade de Braga teve nestes últimos anos), informática e novas tecnologias, turismo e vários ramos da indústria (fundamentalmente sector têxtil) e do artesanato.
A população activa divide-se em três sectores de actividade:
Sector primário – este sector têm vindo gradualmente a perder população activa, talvez pela forte expansão que está cidade sofreu.
Sector secundário – este sector é o segundo mais importante do tecido empresarial da zona de Braga, constituído por empresas ligadas a tecnologia, á indústria metalúrgica, indústria têxtil, construção civil e empresas de transformação da madeira. Também são importantes indústrias ligadas a religião, sendo um polo industrial com bastante relevo no contexto global de exportação de imagens de santos e sinos (os sinos estão um pouco espalhados um pouco por todo o mundo, por exemplo na catedral de Notre-Dame Paris).
Sector terciário – este é o sector de maior relevo em Braga. É neste tecido empresarial que se concentra a maior população activa da região, razão pela qual Braga é considerada por muitos a Capital do comércio em Portugal, tendo na sua zona central a maior zona pedonal do País, onde se pode encontrar espladas, comércio tradicional e lojas de grandes cadeias internacionais.
Sendo esta região portuguesa a mais aberta ao exterior, evidenciando uma forte vocação exportadora das suas produções, caracterizada também pela elevada aglomeração espacial das unidades produtivas, apresenta alguns aspectos negativos interligados de certa forma a baixa produtividade e a forte concentração do emprego e da produção em sectores de baixo conteúdo tecnologico (ex: industria têxtil), intensivos em mão-de-obra, mas com forte ameaça do desemprego. Só no ano de 2008 faliram em Braga cerca de 440 empresas, o que representa um aumento de cerca de 50% face a 2007, sendo o sector têxtil aquele em que se têm observado o maior número de casos.
A região do Minho e em especial a cidade de Braga, deve ter uma aposta forte no apoio e dinamização da indústria têxtil, em especial ao nível das PME`s, com incentivos fortes a criação de empregos e aumento de mão-de-obra qualificada.
Os seus agentes políticos devem ter a capacidade de conseguir assegurar o aumento da mobilidade das populações e agentes económicos (rede de transportes e acessos em especial). Deve ser efectuada uma aposta clara e consequente na execução da linha-férrea de altas prestações entre Minho e a região autónoma da Galiza, por este ser, sem sombra de dúvida, um polo económico importantíssimo para o desenvolvimento da região.
É importante existir uma aposta clara na dinamização turística da região, com políticas concertadas entres os diversos polos territoriais da região do alto Minho.
Deverão ser criados atractivos desportivos e de cultura, que permitirão de certa forma a fixação de aglomerados populacionais e por sua vez deverá existir uma aposta clara no associativismo não só em termos culturais, como principalmente em termos empresariais e económicos.
Fundamentalmente e em jeito de conclusão, acho que deve existir uma nova Filosofia de investimentos públicos. A cidade de Braga não precisa de aumentos de vias rodoviárias, precisa isso sim, de uma forte aposta na educação da população residente.
O desenvolvimento e competitividade de cada territóro pode ser medido através do grau de educação que os individuos activos possuem. O nosso país e a nossa região só conseguirá ser mais desenvolvida e competitiva, quando conseguir que as populações estejam bem formadas e qualificadas, quando tivermos um conjunto de infra-estruturas que assegurem confiança e sustentabilidade da actividade económica.
Estamos perante uma da maiores crises económicas mundiais de que há memória, mas citando uma da frases celebres da campanha do Sr Presidente Barack Obama, acho que “YES WE CAN”.
Edgar Ferreira Mendes
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

terça-feira, janeiro 20, 2009

Os Sinais Vitais de Bracara Augusta

Os City Vitals, sinais vitais das cidades, desenvolvidos pelos CEO’s for cities, providenciam “uma base de medida estatística detalhada que permite aos líderes urbanos compreenderem a performance das suas cidades em quatro áreas-chave: talento, inovação, rede de contactos e distinção”, e permitem suprir algumas lacunas na avaliação das cidades.
Estas quatro dimensões são um óptimo ponto de partida para a política urbana agir no desenvolvimento da sua cidade, e, porque não, da sua região, país. Olhando de uma forma mais detalhada para cada uma das quatro dimensões da cidade, temos[i]:
· A cidade talentosa: propícia ao conhecimento construído em escolas e pela experiência, chamativa e rica em pessoas inteligentes, que nela têm oportunidade de se desenvolver e aplicar os seus conhecimentos. Em que o talento (medido com base em parâmetros como o atendimento escolar, o número de profissionais criativos, entre outros) revela o capital intelectual subjacente no qual uma região pode construir a sua economia e lidar com os inevitáveis choques de mudança e competição.
· A cidade inovadora: A capacidade de gerar novas ideias e de as tornar realidade é uma grande fonte de vantagem competitiva não só negocial mas da região como um todo. As economias avançam num processo de tentativa-erro, e geralmente quanto mais forem esses processos (testes de novos produtos e serviços) maior é o desenvolvimento da cidade. Invisíveis e sem peso, as ideias não podem ser medidas directamente, mas as suas marcas na economia podem sê-lo através de patentes, do valor monetário dos investimentos de capital, a extensão do empreendedorismo pessoal e o número de pequenos negócios.
· A cidade conectada: Conexão de pessoas residentes na cidade entre si e com o resto do mundo. As conexões internas ajudam a promover a criação de novas ideias e a melhorar o funcionamento da cidade. As conexões externas permitem às pessoas e negócios interagirem na economia global.
· A cidade distinta: apesar de esta medida ser incompleta, ela assenta nas características únicas que distinguem uma cidade das outras e para as quais, geralmente, existem poucos, se nenhuns estudos estatísticos.
Posicionar a cidade nestas quatro dimensões é o primeiro passo na definição das medidas de política, saber quais os pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças desta análise SWOT a quatro dimensões são a medida a adoptar na política urbana.
Mas como em tudo, um desenvolvimento oco destas habilidades não é o suficiente para desvendar todo o potencial de uma cidade, cabe às organizações políticas sustentar este desenvolvimento, apostando em toda uma estrutura que permita que estas quatro dimensões interajam e se complementem criando uma verdadeira cidade de sucesso.
“Braga – Variedade do Comércio” assim é caracterizada a cidade que no ranking do jornal expresso ocupa o 8º lugar das melhores cidades portuguesas para viver em 2007. Com base em critérios de acessibilidade, oferta cultural, espaços verdes, capacidade de atracção estudantil, desempenho económico, entre outros, a cidade é caracterizada, no que ao comércio diz respeito, como concorrente directa de Lisboa e Porto. Destacando-se como uma cidade onde o comércio tradicional se combina de forma harmoniosa com o comércio mundial, em que “do mais simples ao mais sofisticado, (…) do mais caro ao mais barato (…) Braga tem tudo, em quantidade e variedade invejáveis.”
Apesar do 8º lugar ser um lugar digno, será que este ranking é completo?! Será que não esquece outras dimensões importantes, que de forma positiva ou negativa poderiam influenciar estas posições?!
A cidade de Braga ainda não foi avaliada com base nestes quatro sinais vitais, dela apenas podemos dizer que é uma cidade jovem, com um comércio invejável e com capacidade para que estes quatro componentes sejam explorados e desenvolvidos em prol de uma cidade competitiva em todas as suas facetas.
Maria Teresa Pires Morais da Silva Mota

Bibliografia:
Cortright, John; City Vitals, CEO’s for cities: new measures of success for cities, Impresa Consulting; 2006, Outubro in http://www.ceosforcities.org/
Jornal Expresso; As melhores cidades portuguesas para viver em 2007; 2007, Janeiro in http://engenium.wordpress.com/
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[i] Relatório City vitals, Joseph Cortright, CEO’s for cities
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(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

Competitividade territorial no âmbito actual sócio-económico

No contexto actual sócio-económico, torna-se necessário a iniciativa política no desenvolvimento e competitividade do território (agora mais que nunca).
Necessitamos de ter um País com um território bem ornamentado e com vastas regiões desenvolvidas, competitivas, com poder para suportar a concorrência do mercado nacional bem como internacional.
Não quero com isto dizer que, nos devemos tornar mais competitivos, vendendo matérias-primas ou bens alimentares (por ex: agrícolas) baratos ou com condições sociais deploráveis, com salários miseráveis e com horários laborais mais alargados, mas sim, assente na durabilidade económica e condições sociais que respeitem a condição humana e os direitos de cada cidadão, tendo em conta os recursos de cada região, o envolvimento das instituições e a integração de diferentes sectores de actividade, estando sempre em perspectiva a inovação, bem como a interacção com outras regiões, articulando com políticas regionais e nacionais e numa perspectiva mais ampla articulando com políticas europeias.
Deve-se criar condições para que as empresas se estabeleçam em regiões mais desfavorecidas e assim sendo tornando o território nacional mais competitivo e desenvolvido e económicamente muito forte, sendo desta forma um polo atractivo para investimento estrangeiro, quer pela mão-de-obra qualificada e competitiva, quer pela rede de infrastruturas de maior dimensão que asseguaram o cumprimento dos compromissos das empresas e a concretização dos seus objectivos.
Os nossos agentes políticos e económicos devem ter o objectivo e a ambição de encontrar o nosso lugar em relação a outras regiões e o mundo em geral, de forma a que o projecto territorial que seja escolhido, seja um sucesso, tendo assegurado logo a partida viabilidade no contexto da globalização a que assistimos actualmente.
Devem ser elaboradas estratégias territoriais de desenvolvimento rural. Tendo em conta que a maioria dos efeitos esperados nos cenários possíveis de desenvolvimento nos meios rurais será a médio, longo prazo, deve no curto prazo e com a maior celeridade possível, ser colocado em prática políticas de desenvolvimento do território eficazes.
Devemos agora e mais que nunca, tentar compreender o que se passa, melhorando o conhecimento nas abordagens territoriais que efectuarmos para que se possa entender a globalização, as redes e a própria disposição geográfica do terrirório, nunca esquecendo a sua identidade própria (def:“(....) conjunto das percepções colectivas que têm os seus habitantes do passado, das suas tradições e do seu saber-fazer, da sua estrutura produtiva, do seu património cultural, dos seus recursos materiais, do seu futuro,etc (....)”), apesar de esta não ser imutável, podendo evoluir e modernizar-se.
As políticas de desenvolvimento territorial nunca fizeram tanto sentido como agora. Só um País com um território desenvolvido e com grande proximidade temporal, qualidade e quantidade de mão-de-obra qualificada, com uma boa rede de infrastruturas que sirva os seus agentes, nas diversas regiões é que conseguirá ser competitivo e economicamente forte no contexto global.
Edgar Ferreira Mendes
(texto produzido no âmbito da unidade curricular "Desenvolvimento e Competitividade do Território", do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

sexta-feira, janeiro 16, 2009

quinta-feira, janeiro 15, 2009

"The knowledge economy"

«Dear friends of regional science
(The normal excuse for cross mailing)
I have looked at the presentations at the ERSA meetings in Paris 2007 and Liverpool 2008 and picked out e-mail addresses to some of you to inform you about the following:

1. In December 2008 we put out (free for downloading) an issue of the Journal of Regional Analysis & Policy, volume 38 (2008) Issue 2,
which is a special issue on the knowledge economy. We are interested in hearing your comments on the articles. You will find this issue by using the following link:
http://www.jrap-journal.org/pastvolumes/2000/v38/index382.html

2. The Mid-Continent RSA will hold its 40th annual conference together with The Canadian Regional Science Association's 31st annual meeting May 28-30, 2009 in Milwaukee, Wisconsin. At this meeting there will be a special session on: The knowledge economy - taking place on May 29. I hereby invite you to send in abstracts to this special session – the abstracts will be given a normal review evaluation, send the abstract to me before March 15. More information about the 2009 MCRSA/CRSA Annual Conference you will find by using the following link:
http://www.oznet.ksu.edu/mcrsa/annual_conference.html

Best regards
Knut Ingar Westeren
Professor Nord-Trøndelag University College»
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(reprodução parcial de mensagem de correio electrónico entretanto recebida, com a origem identificada)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Cenários de transformação da paisagem face aos factores de mudança globais

«Cenários de transformação da paisagem face aos factores de mudança globais
II Workshop da APDR
http://www.apdr.pt/evento_2/
13 de Março de 2009
Universidade de Évora - Colégio Espírito Santo
Organização: Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional e Associação Portuguesa de Ecologia da Paisagem

Cenários de Transformação da Paisagem Face aos Factores de Mudança Globais
As paisagens da Europa e do Mundo tem vindo a registar transformações radicais ao longo das últimas décadas, e muitas outras mudanças são expectáveis num futuro próximo, pelas modificações, por um lado, nos mercados e estrutura da produção, e por outro na procura de outros bens e serviços proporcionados por estas paisagens, que resultam também em novos mercados. Estas são transformações provocadas pelo crescimento económico global, pelas latentes revoluções e evoluções tecnológicas, pela constante modificação de políticas e acordos, e pela alteração mais lenta dos objectivos e valores das pessoas e dos povos.
Estas transformações criam um desafio à reflexão que vai muito para além do estudo dos sistemas de agricultura e das estruturas da paisagem, envolvendo necessariamente a análise dos processos económicos, sociais, tecnológicos, ambientais e políticos, que interagem no espaço ao longo do tempo e que se reflectem em alterações contínuas destas paisagens, e também dos desafios à sua gestão – tanto mais que envolve escalas diferentes de decisão e de actuação.
A organização de um Workshop em Évora sobre o tema “Cenários de Transformação da Paisagem face aos factores de Mudança Globais” pretende ser um contributo para responder a questões muito práticas e crescentes que se colocam a decisores públicos e privados quando confrontados com as transformações radicais na paisagem. [...]»
*
(excerto de mensagem de correio electrónico entretanto recebida, com a proveniência que se identifica)

terça-feira, janeiro 13, 2009

Conference on Empowerment in Urban Policies

«Dear Colleagues:
I am pleased to alert you to the Call for Papers of the next conference organised by the UNESCO Chair on Urban Policies and Citizenship to be held in Porquerolles Island (South of France) on the topic
"The Empowerment of Civil Society in Urban Policies. For Whom? For What Projects?"
It will be a three-day conference (31st of october - 3rd of November 2009). Some grants will be available to cover accepted applicants' attendance and travel costs. The deadline for submiting papers is the 15th of May 2009
The Call for Papers, the submission form, and details are available. Click Here

Sincerely yours

Bernard Jouve
Chairholder
University of Lyon (France)
Ecole Nationale de Travaux Publics de l'Etat
http://www.chaire-urbademo.com/»
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(reprodução integral de mensagem dfe correio electrónico entretanto recebida, com a proveniência identificada)

segunda-feira, janeiro 12, 2009

EIASM workshops

«EIASM, January 12, 2009

Dear Colleague,
I am pleased to inform you that you can still submit an abstract for the following events by latest January 16, 2009.
Workshop on Strategy and Governance in the Renaissance of European Cities
St Andrews, U.K., March 2-4, 2009
24th Workshop on Strategic Human Resource Management
Brussels, Belgium, April 6-7, 2009
[...]»
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(reprodução parcial de mensagem de correio electrónico recebida nesta data, com a proveniência que se identifica)

domingo, janeiro 11, 2009

Territory available attributes

"Some of the territory available attributes have a major influence in the decision of the tourist to choose a destination (the primary attractions), while others contribute to decision to be taken but, alone, are not enough to capture the attention of the tourist (the secondary ones) or, simply, do not influence the visitor’s decision (the tertiary attractions) because him or her can even ignore its existence previously to the visit."
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(excerto da revisão da literatura de comunicação intitulada "Tourism development policies of a U.N.E.S.C.O world heritage city: the case of Guimarães", a apresentar na conferência Advances in Tourism Economics 2009, Lisboa, 23-24 de Abril de 2009)

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Minho e Astúrias – oportunidades para o desenvolvimento de sistemas urbanos policêntricos na Península Ibérica

Apesar do conceito de policentrismo se ter tornado popular na Europa desde 1980 e da existência de sistemas urbanos policêntricos de sucesso, como é o caso do RhineRhur na Alemanha ou o Randstad na Holanda, a ideia de policentrismo apenas começou a ser instituída formalmente na U.E. em 1999 através da “European Spatial Development Perspective”. Em 2004 o “Interim Territorial Cohesion Report” conclui que “sistemas urbanos policêntricos são mais sustentáveis e promotores de igualdade do que sistemas urbanos monocêntricos ou pequenos povoamentos dispersos”, reconhecendo assim um novo paradigma de desenvolvimento territorial, alicerçado no conceito de desenvolvimento endógeno, polinucleado e em rede. Como características fundamentais para a existência de um sistema urbano policêntrico podemos enumerar: 1) A existência de cidades próximas, com alguma dimensão populacional e relativamente especializadas; 2) A inexistência de uma hierarquia distinta; 3) A existência de relações multidireccionais. Se olharmos para o espaço ibérico podemos constatar que os maiores sistemas urbanos, nomeadamente Madrid, Barcelona, Lisboa, Porto, Valência, Sevilha e Bilbao, afiguram-se como sistemas urbanos essencialmente monocêntricos, nos quais as cidades “capital” assumem o papel central na hierarquia urbana. Por outro lado regiões como o Minho, Galiza e Astúrias assumem claramente um perfil mais policêntrico. Por exemplo a chamada “Área Central das Astúrias” é composta por cerca de 850 mil habitantes, na qual sobressaem as cidades de Avilés, Gijon e Oviedo. Por sua vez o Baixo Minho possui cerca de 900 mil habitantes, onde se destacam as cidades de Barcelos, Braga, Famalicão e Guimarães. Em ambos os casos ressalta desde logo a ideia de que a afirmação destas regiões implica uma forte cooperação estratégica entre os seus principais actores. Na verdade já existem movimentos nesse sentido, nomeadamente o “Quadrilátero Urbano” no caso português, ou a idealização da “Ciudad Astur” no caso asturiano (Gutiérrez e Fernández, 1999), cujo intuito é projectar internacionalmente estas aglomerações, afirmando-as como terceira e sexta de cada país, respectivamente. No entanto parece-me que o sucesso destes projectos pode ser substantivamente diferenciado, por razões que advêm da organização territorial de cada país. De facto, para o sucesso e sustentabilidade de um projecto desta índole é fundamental a existência de uma liderança regional, que defenda uma política de cooperação estratégica de longo prazo. Se no caso asturiano esta premissa está desde logo salvaguardada pelo estatuto autonómico da própria região, uma vez que esta terá, no plano teórico, todo o interesse em possuir uma aglomeração urbana competitiva, capaz de gerar economias de escala mais significativas e por essa via atrair mais investimento, no caso português existe uma clara falta de liderança regional. Resta saber se a integração numa futura região administrativa coincidente com a NUTII Norte resolverá este problema, ou se, pelo contrário, o peso da Área Metropolitana do Porto e a proximidade geográfica destas zonas urbanas poderá constituir um entrave a um desenvolvimento policêntrico da região, privilegiando um papel centralizador da Área Metropolitana do Porto. Se de facto a estratégia competitiva do país passa pela dinamização de regiões policêntricas esta é uma questão que urge ser definida, sob pena de vermos a “Ciudad Astur” se tornar realidade e o “Quadrilátero Urbano” não passar de ficção.

Artur Miguel Nogueira Arantes Boaventura da Silva

(texto produzido no âmbito da unidade curricular “Desenvolvimento e Competitividade do Território” do Mestrado em Economia, Mercados e Políticas Públicas, da EEG/UMinho)

terça-feira, janeiro 06, 2009

Ciclo de Conferências - Ordenamento do Território e Coesão Territorial

«Caro sócio da APDR
Informa-se que o prazo de inscrição para a conferência de Lisboa (dia 7, quarta-feira, pelas 14h30 – Auditório do Metropolitano de Lisboa) foi prorrogado até amanhã (terça-feira, dia 6).
[...]
Inscrições em http://www.apgeo.pt/»
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(reprodução parcial de mensagem de correio electrónico entretanto recebida, proveniente de apdr@mail.telepac.pt)

IADIS e-Commerce 2009 conference

«CALL FOR PAPERS - Deadline for submissions: 30 January 2009 -
IADIS INTERNATIONAL CONFERENCE e-COMMERCE 2009
Algarve, Portugal, 19 to 21 June 2009
[...]
Conference background and goals
The IADIS e-Commerce 2009 conference is a major international event for researchers, academics, industry specialists, practitioners & students interested in the advances in, and applications of, e-Commerce. The participants will have an opportunity to present and observe the latest research results, and ideas in these areas. This conference aims to cover both technological as well as non-technological issues related to this new business paradigm.
The Conference invites proposals from the introductory through advanced level on all topics related to e-Commerce. Proposals which address the theory, research and applications as well as describe innovative projects are encouraged.
[...]
Secretariat
IADIS Secretariat - IADIS INTERNATIONAL CONFERENCE E-COMMERCE 2009
Rua Sao Sebastiao da Pedreira, 100, 3 1050-209 Lisbon, Portugal
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(excertos de mensagem de correio electrónico entretanto recebida, com a proveniência que se identifica)

sexta-feira, janeiro 02, 2009

O desenvolvimento de Leiria e do país no ano de 2009

Jornal de Leiria
Resposta às questões colocadas pela jornalista Raquel Silva, em 08/12/26

P – Que factos acha que irão marcar o ano de 2009, ao nível do desenvolvimento regional de Leiria, e porquê?
R – O desenvolvimento de Leiria e do país no ano de 2009 será fortemente condicionado pela situação de crise financeira e económica que se vive nesta altura na Europa e no mundo, e que não estará superada num horizonte de curto-prazo. Será igualmente condicionado pela lucidez das políticas públicas que forem prosseguidas, sendo que a indicação que nos vem dos derradeiros anos não permite alimentar grandes expectativas. No essencial, diria, o futuro económico e social de Leiria e do território envolvente resultarão da ousadia e capacidade de iniciativa dos seus agentes, empresas, outros agentes de desenvolvimento e poder político local. A concretização do comboio de alta velocidade é um projecto importante para Leiria, se pensado à luz da criação de um novo sistema, intermodal, de transportes. Entretanto, não deverá haver notícias desse projecto em 2009.

P – Personalidades que acha que irão destacar-se e porquê?
R – O que tem marcado o território “centrado” em Leiria nas décadas mais recentes e a respectiva dinâmica de desenvolvimento têm sido a ausência de liderança e de estratégia, isto é, de uma estratégia para este território claramente enunciada e de alguém que a protagonize dentro e fora da “região”, entidade colectiva ou personalidade. Isto não é contraditório com a exigência de lideranças estritamente locais, que até podem jogar (jogaram, de facto) em sentido contraditório com a situação enunciada.
Não é óbvio que esta realidade se altere substantivamente no decurso de 2009, embora haja esboço de uma tomada de consciência desse problema e estejam a ser dados passos tímidos na direcção certa. Uma reunião ocorrida há dias na sede da ADLEI dá-me indicações nesse sentido.

P – O que seria desejável que acontecesse/o que deveria ser feito para que as coisas melhorassem?
R – Como deixei dito, a resposta parece estar a ser esboçada no seio do “fórum” que é a ADLEI. Não sei é se a Direcção da ADLEI será capaz e quererá tomar o papel difícil que na reunião que invoco lhe foi sugerido que tomasse. Esse papel é o de constituir-se em agitador de uma consciência colectiva do território em que pretende actuar e um animador da comunicação entre os seus principais agentes (agentes culturais, estruturas empresariais, actores políticos, personalidades de diversos quadrantes de intervenção social). É o ponto de partida possível para a criação de uma liderança para este território e de parcerias para o seu desenvolvimento, por contraponto de projectos isolados, porventura bem intencionados, mas que, enquanto tal, serão incapazes de constituir resposta para a afirmação económica, social e política do território em referência. Aliás, é bom que se tenha presente que, no quadro de concorrência entre territórios e respectivas “elites”, o vazio deixado por uns é rapidamente preenchido por outros.

Braga, 28 de Dezembro de 2008

J. Cadima Ribeiro
(entrevista divulgada na edição de hoje do Jornal de Leiria)