sexta-feira, junho 27, 2008

"European Economic Growth, 1950-2005: An Overview"

Author(s): Nicholas Crafts, Gianni Toniolo
Date of Publication: June 2008

Keyword(s): catch-up growth, Golden Age, ICT, slowdown, total factor productivity
Abstract: This paper surveys the extensive literature on European economic growth since 1950. It presents an overview of comparative growth performance together with benchmarked growth accounting estimates. The growth experience is considered in terms of three periods, the Golden Age of 1950-73, the Growth Slowdown of 1973-1995, and the New Economy period since the mid-1990s, both across countries and across regions. The key conclusion is that study of the historical record underlines the importance of incentive structures for growth outcomes while sustaining growth performance over the long run requires the (often difficult) adaptation of institutions and policies as catch up becomes more complete and new technological epochs arrive.
PDF: This paper is available for download in electronic (PDF) format»
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(Fonte: CEPR Discussion Paper weekly update - week ending 22/06/2008)

segunda-feira, junho 23, 2008

"International Conference on Knowledge in Small and Medium Sized Towns: Towns as a place of knowledge and diffusion"

«Invitation

Dear Colleagues,
This is to invite you to participate in the International Conference on Knowledge in Small and Medium Sized Towns: Towns as a place of knowledge and diffusion. The conference will be held on the 4th and 5th of December 2008 at the University of Algarve, Faro, Portugal.
The aim of this conference is to focuses on the possible contribution of towns to rural development by acting as a place of knowledge creation and diffusion in order to avoid processes of decline and promote a geographically balanced and sustainable development in rural areas.

The main research topics of this Conference will be:
Networks and Public-private Partnership;
Local Entrepreneurship and Globalisation;
Technological Developments, Innovation and Knowledge Spillovers;
Urban-rural Interdependencies;
Citizenship and Governance Models;
Future Trends for Knowledge Creation and Diffusion.

If you want to submit a paper, please, send an abstract with a maximum of 2 pages, written in English. It should be sent electronically in PDF format to the
e-mail address cieo@ualg.pt.
We suggest you to obtain all the detailed information for this conference in the attachment or on the following site: http://www.cieo.ualg.pt/

Thank you very much for your interest and support on the distribution of this information.

Best regards

Teresa de Noronha Vaz
Professor of Economics of Innovation
Coordinator of the Research Centre for Spatial and Organizational Dynamics»
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(reprodução de mensagem de correio electrónico entretanto recebida, com a proveniência identificada)

sábado, junho 21, 2008

Barcelos: um plano estratégico e de marketing territorial

Emerge hoje uma nova lógica sócio/económica e cultural, fortemente condicionada e sustentada na informação e nas novas tecnologias, que imprime um ritmo novo nas comunicações, criando um espaço de fluxos e de redes num cenário concorrencial regional, nacional e transnacional, a que alguns denominam de Glocal. Com efeito, as cidades, e as regiões competem entre si no mesmo país, ou entre países ou blocos. A globalização das estruturas económicas e sociais, o recuo da acção directa e controlada dos estados e uma crescente desregulamentação dos câmbios, concorrem para um rearranjo territorial, com consequências no plano económico e social.
Novos desafios aceleram as mudanças. A competição pode vir da China ou da Índia nos têxteis, ou de uma região próxima (no mesmo país) no turismo, na conquista de incentivos, na atracção de equipamentos ou de quadros qualificados.
Neste quadro, Barcelos enfrenta hoje a concorrência internacional no que confere aos têxteis e vestuário e várias concorrências locais e regionais em termos turísticos, na oferta de bens e serviços e de equipamentos culturais, sendo que nem sempre a concorrência configura algo de negativo, dependendo esta, da preparação, da análise dos mercados e da procura do modelo mais apropriado.
Numa análise rápida deduzimos alguns aspectos que condicionam a economia e o desenvolvimento do concelho, designadamente, uma mono-especialização industrial sustentada no têxtil e vestuário, modelo insistentemente adoptado ao longo das últimas décadas, resvalando inexoravelmente, culminando em encerramentos de fábricas, desemprego, baixas qualificações, emigração e claro está, com reflexos a jusante, em termos ambientais e de reorganização física do território. Estes, por sua vez, condicionam a requalificação da zona ribeirinha e consequentemente todo o centro histórico e seu potencial turístico.
Refira-se ainda, o baixo índice registado no sector terciário (em volume de emprego cerca de 7470 num universo de 27000), não apenas ao nível do comércio mas também dos serviços, o que condiciona o concelho em termos regionais com muitos Barcelenses a deslocarem-se a Braga e a estrangular ainda mais o sistema, saturando-o, e dependendo ainda mais da industria (têxtil) e de alguma construção. Acresce, um concelho com muitas freguesias (89), de carácter ainda rural, muito polarizado na cidade centro ou noutras de concelhos limítrofes.
Registe-se, por outro lado, o potencial turístico global, nomeadamente, paisagem rural envolvente, centro histórico, património etnográfico minhoto, grande tradição artesanal, hospitalidade das pequenas cidades, crescimento de infra-estruturas de apoio ao turismo, (o número de visitantes cresce todos os anos, em passagem, até pelo reduzido número de oferta hoteleira mas a crescer). Depois da certificação da Olaria e do Figurado de Barcelos em 2006, aguarda-se a certificação do Galo de Barcelos, renovando a imagem Barcelos/Portugal. Acresce, algum potencial de inovação: projecto de requalificação da frente do rio, pólo do ensino superior em crescimento, turismo vitivinícola, a (re)abertura de equipamentos culturais, Teatro Gil Vicente e do Museu do Rio.
No cenário nomeado, a intervenção não poderá ser sectorial, elaborada apenas a partir de um plano (estratégico) económico ou dirigido apenas à indústria. Impõe-se um plano global para o concelho que implique um planeamento e uma visão sistemática e sinérgica que englobe todos os actores sociais que intervêm no desenvolvimento do território (interesses e interessados) acompanhado de uma ferramenta estratégica: marketing territorial. Esta permite a definição de uma imagem corporativa de lugares e da região em função de um modelo de desenvolvimento, planeando-se a oferta de determinados produtos estratégicos “disponibilizando-os” no mercado de forma atractiva e competitiva. De outra forma, remenda-se apenas e volta-se a coser.

F. Marco Gonçalves

(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)

sexta-feira, junho 20, 2008

Workshop “Que opções para a Biomassa?”

«O CEBio - Rede de Competência para a Bioenergia - organiza no próximo dia 27 de Junho o Workshop “Que opções para a Biomassa?”. Neste contexto, vimos pelo presente convidar V. Exª a participar neste evento, que tem por finalidade efectuar um debate sobre a utilização da Biomassa, nomeadamente na produção de calor ou na geração de electricidade.
O encontro que terá lugar no Auditório da Casa do Prado em Celorico de Basto, abordará problemas de natureza tecnológica e de gestão de recursos.
Para o efeito, enviamos em anexo o Programa definitivo bem como a Ficha de Inscrição.
Para obter mais detalhes deste workshop e efectuar a sua inscrição contacte:
Tel: 253 510250/253 510 236
Fax: 2536 516007
ou visite
Pela Comissão Organizadora,
José Carlos Teixeira»
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(reprodução integral - com a excepção dos anexos - de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico, com a origem que se identifica)

terça-feira, junho 17, 2008

O transporte marítimo de curta distância

As oportunidades do transporte marítimo de curta distância

(título de mensagem, datada de Terça-feira, 17 de Junho de 2008, disponível em Economia Portuguesa)

Política Florestal: a (des)“concertação estratégica”

Nas últimas décadas, a política e o planeamento florestal têm assumido um papel cada vez mais considerável.
Sem margem para dúvidas, a floresta desempenha funções muito importantes quer ao nível da manutenção de um ecossistema equilibrado, quer ao nível económico.
A consciencialização de que este recurso tem um valor de existência elevado (valor que as pessoas atribuem à floresta independentemente do uso que fazem dos produtos florestais) (CESE, 1996:4) é evidente em acções como a campanha de rearborização no Parque Natural da Serra da Estrela, levada a cabo em 2007 que contou com voluntários oriundos de todo o país.
Ao nível de uso directo da floresta, ou seja, dos produtos e serviços produzidos por esta (CESE, 1996:4), podemos aferir um lugar igualmente importante na economia portuguesa.
O sector florestal contribui para o equilíbrio da balança comercial através do seu superavit desde a década de 80. Por exemplo, em 1995, o volume de exportações foi de cerca de 11,7% enquanto as importações registaram 4,1%.
Segundo dados apontados pelo Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, “o sector florestal emprega cerca de 260 mil pessoas e é responsável por 4 por cento do PIB e 14 por cento do PIB industrial, representando mais de 10 por cento do total de exportações” (10/03/2008).
Sendo esta um recurso essencial será que estamos a concertar todos os esforços possíveis para promover a sua salvaguarda?
A floresta debate-se com graves problemas, entre os quais os incêndios florestais, o absentismo por parte dos seus proprietários e a fragmentação da propriedade florestal.
Com o aumento do n.º de incêndios, a partir de 1975, verificou-se um incremento de espécies como o eucalipto (Paiva, 1996:43) (mais exigente em termos hídricos do que o pinheiro bravo) e a especulação imobiliária de algumas áreas atingidas pelos incêndios.
O absentismo por parte dos proprietário deve-se sobretudo às migrações de áreas economicamente mais deprimidas para o litoral que se traduziram num abandono das práticas de silvicultura nas áreas de partida, favorecendo a acumulação de material combustível e a falta de iniciativa no âmbito do sector florestal.
Por outro lado, a grande fragmentação da propriedade florestal (cerca de 87 % das explorações florestais possuem uma área entre os 0,5 e os 3 hectares) torna economicamente pouco vantajoso o investimento na produção florestal.
Embora a Lei de Base da Política Florestal incentive o associativismo das explorações florestais e as acções de emparcelamento florestal (Lei n.º 33/96 de 17 de Agosto, artigo 19º), este cenário pouco se alterou.
Ao nível do quadro legislativo têm sido instituídas medidas e instrumentos de gestão com especial destaque para a Lei de Bases da Política Florestal (Lei n.º 33/96 de 17 de Agosto) e para a implementação de Planos Regionais de Ordenamento Florestal e dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios.
Relativamente às áreas ardidas, o Decreto – Lei n.º 327/90 de 22 de Outubro, com as suas sucessivas alterações, impedia a construção ou demolição de edifícios em áreas de povoamentos florestais afectadas por incêndios e não incluídas em espaços classificados em Planos Municipais de Ordenamento do Território como urbanos, urbanizáveis ou industriais, durante um período de 10 anos.
Este decreto visava colmatar a especulação imobiliária de que eram alvo algumas áreas percorridas por incêndios.
Com as alterações introduzidas neste pelo Decreto -Lei n.º 55/2007 de 12 de Março, os interessados poderão solicitar o levantamento desta proibição sendo permitida a construção de projectos considerados de “interesse público” ou “empreendimentos com relevante interesse geral”.
A dificuldade em estabelecer uma “concertação estratégica permanente” para o espaço florestal torna-se evidente, há entraves que fragilizam a política florestal e encontrar soluções sustentáveis é inadiável.

Andreia Mota
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)

sábado, junho 14, 2008

"Cidades e Novos Léxicos Urbanos"

«III Seminário da Rede Brasil-Portugal de Estudos Urbanos
Cidades e Novos Léxicos Urbanos
16 a 18 de Junho, CES e FEUC
Apresentação
A Rede Brasil-Portugal de Estudos Urbanos congrega pesquisadores de 6 universidades brasileiras e de 2 universidades portuguesas. Visando a sua consolidação e alargamento ao espaço ibero-americano, esta Rede realiza, em Coimbra, de 16 a 18 de Junho de 2008, o seu III Seminário.
No âmbito desse projecto foram executadas, ao longo de 2 anos, pesquisas comparadas entre realidades urbanas brasileiras e portuguesas, tendo sido realizados dois seminários internacionais. O primeiro em Coimbra, em Maio de 2006, e o segundo em Aracaju, em Novembro de 2006.
O seminário decorre na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (dias 16 e 18) e no Centrode Estudos Sociais (dia 17), promovendo discussões e apresentação de casos sobre espaço público, culturas e manifestações culturais urbanas, património urbano, ambiente nas cidades, música e festividades em espaço urbano.
Programa e informações adicionais em:
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(reproduçãode mensagem de correio electrónico recebida nesta data, proveniente da entidade identificada)

terça-feira, junho 10, 2008

PERN @ the XXVI IUSSP International Population Conference

*PERN @ the XXVI IUSSP International Population Conference*
The XXVI IUSSP International Population Conference will be held at the Palais des Congrès in Marrakech, Morocco, from September 27 to October 2, 2009.
PERN is organizing session 1207 on “Environment-induced Migrants”. Discussion on the potential short- and long-term impact of environmental stress and catastrophes has lead to the recognition of the emergence of new streams of environmental migrants and displaced persons. Yet, there is still no agreement on the definition of such displacements and there is a need for more local comparative studies to highlight the main specific features of these migrations. The session would offer a platform to present empirical research and case studies of population mobility from environmentally degraded areas. Papers would focus on the migratory mechanisms (context, proximate causes, process, etc.) as well as on the specific demographic characteristics (age and household composition, duration, etc.) of these migrations.
Other sessions included in Theme 12 -– Environment (chaired by Daniel Hogan) are:
1202 - Population impact on deforestation in developing countries
Organiser: Alisson BARBIERI (Brazil) Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil
1203 - Interrelations between population and climate change
Organiser: Brian O'NEILL (United States of America) Brown University
1204 - Population pressure, resource use and environmental degradation
Organiser: Vinod MISHRA (India) Macro International Inc.
1205 - Water and population: impact on health and mobility
Organiser: Sabine HENRY (Belgium) Facultés Universitaires Notre-dame De La Paix
1206 - Population and environment: local and regional planning challenges
Organiser: Dieudonné OUEDRAOGO (Burkina Faso) Institut Superieur des Sciences de la Population (ISSP), Burkina Faso
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Submission guidelines are available at
http://iussp2009.princeton.edu/
Information about the conference may be found at
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(cortesia de Paula Cristina Remoaldo)

sábado, junho 07, 2008

A insolvência da Companhia de Cartões do Cávado

1. O caso em estudo situa-se no concelho de Braga, constituído por 62 freguesias e com uma área total de 183,51Km². Aí residem 173946 pessoas, o que dá uma densidade populacional de 942,1 hab/Km².
A freguesia em questão situa-se a NO do conselho de Braga e é designada por Mire de Tibães, com 5,07 km² de área, 2 389 habitantes e densidade populacional de 471,2 hab/km².
De acordo com os dados dos Censos 2001, a população activa total, no concelho de Braga em 1991, era de 67362 pessoas (sendo 37234 homens e 30128 mulheres); em 2001 passou a ser de 85194 (44809 homens e 40385 mulheres). A variação absoluta entre 1991 e 2001 foi de 17832 pessoas, correspondendo a uma taxa de 26,5%.
Através da análise CAE (Classificação das Actividades Económicas), concluímos que o número de empresas no concelho de Braga, tem vindo a aumentar. Como podemos observar na tabela 1, em 1995 existiam 3445 empresas em Braga, em 2000 passaram a ser 4833 e em 2005 já eram 6350.
A actividade que mais se destaca, em todos os anos, é a Cae 5 (comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis, motociclos e de bens de uso pessoal e doméstico), seguida da CAE 4 (produção e distribuição de electricidade, gás e água).
Por sector de actividade, o número de empresas em Braga com maior relevância, corresponde ao sector terciário, CAE 5 a CAE 9, também este em todos os anos referidos. Em 1995 o número de empresas eram de 2078, em 2000 era de 3056 e em 2005 passou para 4291.
No que diz respeito ao desemprego total, segundo os Censos 2001, Braga, contava com 3300 desempregados em 1991 (1464 homens e 1836 mulheres). Em 2001 aumentou para 5896 (2494 homens e 3402 mulheres). Em ambos os anos o maior número de desempregados são mulheres. A variação absoluta entre 1991 e 2001 era de 2596 (78,7%).
Podemos concluir que a falta de postos de trabalho é uma realidade com proporções cada vez maiores no distrito de Braga; e, que em termos regionais, o norte continua a liderar a tabela de desemprego. Sendo os mais afectados os indivíduos com menos formação, uma grande parte afecta à indústria e à construção civil (in Diário do Minho, 26-04-2005).
Relativamente à evolução do desemprego (total do distrito), em Dezembro de 2006, obteve-se um número total de desempregados de 47990. Este valor diminuiu em 2007, passando a ser de 40180. Registou-se, portanto, uma taxa de variação, entre Dezembro 2006 e Dezembro 2007, de menos 16% (dados do Boletim Estatístico, Governo Civil de Braga).
Em Portugal Continental, contabilizou-se um total de 440125 de desempregados em 2006, e de 377436 em 2007. Obtendo uma taxa de variação de menos 14%.

2. Breve história da Empresa Companhia de Cartões do Cávado, S.A
No lugar de Ruães, freguesia de Mire de Tibães, concelho e distrito de Braga, funcionava a empresa “Companhia de Cartões do Cávado, S.A.”.
Fundada em 1967, esta unidade fabril procedia à recolha e transformação de todo o tipo de cartão proveniente de vários locais.
As máquinas, movidas a energia eléctrica, reciclavam desperdícios de papel e cartão, produzindo cartão (diariamente processavam entre trinta a quarenta toneladas de material).
O cartão produzido destinava-se ao fabrico de capas de arquivo, encostos de cadeiras, molduras para fotografias entre outros artigos. Além de abastecerem o mercado interno, também exportavam para a Alemanha, França, Suíça, Grécia e Espanha.
Esta unidade fabril, que iniciou a sua actividade há cerca de 39 anos, tinha preocupações ambientais, pois as águas residuais produzidas, eram tratadas numa ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) própria, evitando desta forma poluir o ambiente.
A empresa Companhia de Cartões do Cávado requereu o processo de insolvência em Março passado, por motivo das elevadas dívidas à Segurança Social e ao Fisco, acumuladas.
"As dívidas da empresa são da ordem dos cinco milhões de euros, sendo 30% à Segurança Social e 9% às Finanças. Na altura de apresentação do requerimento, o dinheiro a receber dos clientes atingia os 800 mil euros", disse à Lusa Carlos Marinho, da União de Sindicatos de Braga.
Os mais de 100 trabalhadores, eram credores de um milhão de euros (indemnizações, salários e direitos vencidos). A empresa deixou de pagar os salários a partir de Abril e há muito que havia grande irregularidade na data do seu pagamento.
As organizações dos trabalhadores acusam a Administração de falta de investimento e má gestão, denunciando igualmente os baixos salários que a empresa pagava (a maioria dos trabalhadores recebia menos de 500 euros e 40 auferiam o salário mínimo).
Apesar de tudo, esta unidade fabril, continuou a trabalhar até 31 de Maio. No dia 1 de Junho, a EDP cortou o abastecimento de energia eléctrica e a empresa deixou de laborar.
Não existe, tanto quanto se sabe, nenhum plano de viabilização da empresa, pois o passivo da fábrica, estimado, na altura, em cinco milhões de euros, inviabilizou qualquer solução de um plano de recuperação industrial.

Carlos Eiras
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho - reprodução parcial)

Seminário "A Prática da Sustentabilidade"

Seminário "A Prática da Sustentabilidade" - 18 de Junho, Auditório Nacional da Ordem dos Engenheiros
Organização conjunta: INSTITUTO DE SOLDADURA E QUALIDADE (ISQ) e ORDEM DOS ENGENHEIROS
O crescimento da população mundial tem vindo a gerar intensas pressões sobre os recursos naturais disponíveis. À luz do princípio da sustentabilidade, o novo modelo produtivo terá de corresponder a um ciclo de reciclagem-fabrico-reciclagem.
Como está a ser implementado o conceito de sustentabilidade?
Como se pode integrar este princípio em actos de Engenharia e de Arquitectura, aliando design, conforto e tecnologias ambientais a projectos economicamente viáveis?
A sustentabilidade é um conceito transversal, que se consubstancia em diversas escalas - dos materiais aos edifícios, do quarteirão à cidade. É também um conceito dinâmico na medida em que se traduz em fluxos de matéria e energia.
Como integrar estas diferentes perspectivas numa visão abrangente da problemática de uma sociedade sustentável?
Este Seminário visa responder a estas perguntas através da apresentação de casos de estudo de sucesso, nacionais e internacionais.

Oradores convidados que provêm de conhecidos ateliers de renome mundial:
Arqº Dieter Grau, do Atelier Dreiseitl, é detentor de uma vasta experiência como Responsável de Projecto em numerosas obras internacionalmente aclamadas, desenvolvidas por este Atelier, das quais se destacam Potsdamer Platz (Berlim) e City Hall (Chicago-USA). Reconhecido pela inovação e excelência do seu trabalho, Dieter Grau irá apresentar as formas como o Atelier Dreiseitl aborda o problemática da água no meio urbano, numa perspectiva integrada e pluridisciplinar. Os casos apresentados ilustram igualmente a diversidade de estratégias e soluções possíveis em função de constrangimentos culturais e climáticos.
O Arqº Carlos Martinez de Albornoz, do Atelier Mansilla & Tuñon, é responsável pelo projecto que ganhou o concurso internacional “La Cúpula de la Energia”, o edifício institucional da cidade de Soria, em Espanha. Este projecto alia os princípios de sustentabilidade - em termos de materiais, água e energia - à reconhecida qualidade arquitectónica e à viabilidade económica. O Atelier Mansilla & Tuñon é conhecido pelos seus projectos do Centro Internacional de Convenciones de la Ciudad de Madrid, Museo de Cantabria, Museo de las Colecciones Reales, entre outros.

Para mais informações e fazer a sua inscrição consultar o link:
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(cortesia de Paula Cristina Remoaldo)

quinta-feira, junho 05, 2008

PROT OVT - Discussão Pública

O PROT OVT entrou em Discussão Pública prolongando-se até 4 de Agosto.
Para este efeito foi criada uma Plataforma de Discussão Pública do PROT OVT (http://consulta-protovt.inescporto.pt/) pela qual se pode aceder aos documentos e participar através do preenchimento on-line de um formulário.
As Sessões Públicas de apresentação e Discussão do Plano estão agendadas para:
- dia 4 Junho, Médio Tejo, 18.30h - Edifício Pirâmide em Abrantes;
- dia 5 Junho, Oeste, 18.30h - Auditório Municipal do Bombarral
- dia 16 Junho, Lezíria do Tejo, 18.30 - Edifício S. Francisco na Chamusca.
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(cortesia de Paula Cristina Remoaldo)

quarta-feira, junho 04, 2008

Turismo e Desenvolvimento Rural – que actores e agentes beneficiam das estratégias nacionais e comunitárias?

É de grande importância para a comunidade rural entender quem participa, assim como quem beneficia com o fenómeno do TER (Turismo em Espaço Rural). Se as comunidades de acolhimento deste fenómeno têm implicações directas, se participam e se simultaneamente retiram vantagens económicas, sociais e culturais do turismo, ou se pelo contrário quem promove o TER, não tem qualquer ligação com as áreas rurais onde investe. Neste sentido, é importante perceber qual a função que assume o TER nas áreas onde é implementado. Segundo Cavaco (1999a:299) os principais promotores do TER são habitualmente "elites locais", proprietários de habitações e terras agrícolas herdadas, que apresentam níveis socioeconómicos elevados, com um elevado grau de habilitações académicas e consequentemente com um bom nível cultural. Estão geralmente ligados a actividades do sector terciário, como empresários e profissionais liberais, geralmente residindo no local ou nos arredores. A grande maioria são reformados que regressam à terra natal e desejam rentabilizar as poupanças de uma vida de trabalho preservando "a casa que fora de pais e avós e a que os ligam muitos laços e recordações", que de outra forma teria sido abandonada. Proporciona-se a convivência com os visitantes, estes com nível sociocultural habitualmente elevado, fomentando o convívio e o não isolamento.
O Turismo Rural é habitualmente associado a um turismo de elevados padrões de conforto, induzindo a uma procura de qualidade, associada a uma classe social que está disposta a pagar por um serviço de excelência, "o mercado de turistas que procuram o campo correspondem essencialmente a clientes com altos níveis de instrução, em boa condição financeira, que exigem qualidade e que estão dispostos a pagar por ela" (OECD, 1994, cit in Kastenholz, 2002:48). Esta situação é fruto do sucesso de recuperação do património histórico e cultural, que só poderá ser protagonizado por estratos sociais com elevado poder económico (e.g. Joaquim, 1994).
É um facto que existem compensações que são fruto do investimento no TER, mas quem é que estará na realidade a beneficiar dessas vantagens? Segundo Moreira (cit in Joaquim, 1994:106) "os beneficiários actuais do TER, tanto no campo da procura como no da oferta, são aqueles que menos necessitam, à partida, dessas benesses. A inovação partiu do topo, veremos quando chegará à base. Para um punhado, aqueles que se situam perto das unidades de TER, alguns benefícios ainda haverá dos modestos efeitos induzidos, para a grande maioria de nós, resta-nos olhar para os prospectos e ir tentando perceber onde se esconde a sua função social".

Miguel Vaz Pinto
(artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)

terça-feira, junho 03, 2008

O perfil do criador de empresas do Entre Minho e Douro: alguns dados recentes

Por um acaso determinado pela vivência profissional, chegou-me às mãos há poucas semanas o estudo “Empreendedorismo e Empregabilidade: Que passado? Que Futuro?” (Dez. 2007, Braga), realizado e editado pela Expoente, uma empresa de serviços de consultoria sedeada em Braga. Se o tema do empreendorismo aí tratado é um dos que me cativa a atenção, mais me interessou o dito estudo por nele ser possível encontrar o perfil do criador de empresas de um território que coincide, grosso modo, com o Entre Minho e Douro. A propósito, anote-se que tive oportunidade de trabalhar sobre o perfil do empresário minhoto vai para uns 18 anos. Na altura, aproveitei a informação que era possível colher nas candidaturas a apoios públicos apresentadas ao IAPMEI.

Pese embora a precariedade estatística dos resultados obtidos, via inquérito, pela equipa que realizou o estudo e a não coincidência geográfica do território retido num e noutro estudos, há alguns dados do trabalho agora realizado que julgo valer a pena apresentar e comentar à luz dos resultados do meu trabalho de há 18 anos.

O perfil recente do criador de empresas do Entre Minho e Douro que se retira é o seguinte: i) estamos perante pessoas relativamente jovem (maioritariamente, entre os 26 e os 35 anos), do sexo masculino, casados e sem filhos; ii) são indivíduos detentores de curso superior (61% dos casos), não tendo formação em gestão (67% dos casos); iii) têm antecedentes empresariais (77% dos casos), nomeadamente no seio da família de que são originários (46% dos casos); iv) gozavam de uma situação económica confortável no período anterior à criação do seu negócio; v) em matéria de experiência profissional anterior, desempenhavam sobretudo funções técnicas (40,5% dos casos) ou comerciais (30% dos casos); ainda, vi) também em termos de vivência profissional precedente, provinham em 40% dos casos de PMEs, sendo que apenas 13% dos inquiridos terão arrancado para a criação da sua empresa após a conclusão dos estudos.

Com as limitações que decorrem da discutível representatividade estatística da amostra, estes dados são muito interessantes. São interessantes porque põem em evidência inércias sociais e culturas pessoais no despertar da iniciativa empresarial. São interessantes porque relativizam a formação inicial em gestão e a necessidade material no desenvolvimento do processo. São interessantes, finalmente, porque dão conta de uma evolução no sentido de um empresariado detentor de habilitações superiores.

A anotação de que a formação em gestão não é um pré-requisito não me surpreende, já que o mesmo dado saia evidenciado num estudo académico que li há uns meses sobre o espírito empreendedor dos alunos da Universidade do Porto (Aurora Teixeira, FEP). Se daí se não pode concluir que a atitude de empreender se aprende, também não deixa de se levantar a dúvida sobre se a formação proporcionada nas escolas de gestão (ou, pelo menos, na Universidade do Porto) é a adequada para fomentar esse espírito. De permeio estão as questões da receptividade do mercado aos habilitados com diferentes saberes técnico-científicos e a conjuntura do mercado de trabalho.

Em grande consonância com os resultados por mim obtidos, estão a circunstância das vivências profissionais anteriores serem um elemento essencial para perceber o perfil da empresa criada e a respectiva inserção sectorial e, também, a relevância que continuam a ter os agentes comerciais nessas iniciativas. Este aspecto sublinha a importância da relação com o mercado (clientes, fornecedores) na identificação de oportunidades de negócio.

Diferente do que obtive no dito estudo surge a importância assumida pelas qualificações técnicas, porventura resultado das novas exigências de qualificação (técnica) que está colocada às empresas para singrarem no mercado. Esta é, entretanto, uma questão a que o estudo da Expoente não dá resposta, a merecer ser aprofundada no futuro.

Um outro aspecto que este trabalho não capta é o da naturalidade (local de nascimento e/ou de residência) do empresário. No meu estudo, essa era peça central para sublinhar, como resultou confirmado, a opção de sedeação das pequenas e médias empresas de iniciativa local no mesmo ou em município vizinho daquele de onde é natural ou reside o empreendedor.

A última nota que quero deixar é-me sugerida pela constatação de que os indivíduos sobre que incidiu o estudo da Expoente “gozavam de uma situação económica confortável no período anterior à criação do seu negócio”. É que, a ser assim, são postos em causa os pressupostos de alguns programas públicos de incentivo à criação do próprio emprego e/ou de pequenos negócios.

Se as oportunidades de emprego são devedoras da iniciativa empresarial, o que os dados obtidos nos dizem é que o que importa apoiar é a iniciativa empresarial daqueles que a têm e que, fruto do conhecimento que adquiriram sobre os mercados, precisam do empurrão que os faça deixar o emprego “assalariado”, ao invés de tentar transformar desempregados em empresários. Aliás, os obstáculos à iniciativa empresarial mais referidos neste estudo são a dificuldade de dispor de capital inicial suficiente e o receio de pôr em risco o equilíbrio orçamental familiar ao avançar para um projecto empresarial.

J. Cadima Ribeiro

(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Suplemento de Economia do Diário do Minho, em coluna regular intitulada "Desde a Gallaecia")